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Eurovision retira Rússia do festival após críticas por decisão anterior de manter o país na competição

RIO —  O festival Eurovision de 2022 alterou seu posicionamento com relação à participação da Rússia na 66ª edição, a ser realizada na Itália. A organização estava recebendo críticas nas redes sociais por internautas, personalidades e emissoras televisivas devido à decisão anteior tomada pela União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês) em manter o país de Vladimir Putin no evento mesmo após os ataques militares feitos à Ucrânia, que também participa da competição.

Confira o novo comunicado da EBU:

“A União Europeia de Radiodifusão (EBU) anunciou que nenhum artista russo participará do Eurovision Song Contest deste ano.

O Conselho Executivo da EBU tomou a decisão seguindo uma recomendação hoje cedo do órgão diretivo do Eurovision Song Contest, o Grupo de Referência, com base nas regras do evento e nos valores da EBU.

A recomendação do Grupo de Referência também foi apoiada pelo Comitê de Televisão da EBU.

A decisão reflete a preocupação de que, à luz da crise sem precedentes na Ucrânia, a inclusão de uma entrada russa no Concurso deste ano traria descrédito à competição.

Antes de tomar esta decisão, a EBU teve tempo para consultar amplamente seus membros.

A EBU é uma organização membro apolítica de emissoras comprometidas com a defesa dos valores do serviço público.

Continuamos empenhados em proteger os valores de uma competição cultural que promove o intercâmbio e a compreensão internacional, aproxima o público, celebra a diversidade através da música e une a Europa num palco”.

“O Festival Eurovision é um evento cultural, não político, que une nações e celebra a diversidade através da música”, argumentara previamente a organização em comunicado. “As emissoras públicas membros da EBU nas duas, Rússia e Ucrânia, se comprometeram a participar no evento deste ano em Turim e nós estamos atualmente planejando receber os artistas de ambos os países para se apresentar em maio”.

Vencedora da edição de 2016, a cantora ucraniana Jamala pediu que os fãs acompanhem as ações da Rússia em seu país.

“Não sei como isso é possível, mas eles bombardearam pessoas pacíficas”, disse ela em um vídeo no Instagram. “Por favor, apoiem a Ucrânia. Que pare a agressão russa”.

A música que Jamala cantou no concurso trata dos impactos que as pessoas da Crimeia sofreram ao serem deportadas por Josef Stalin em 1944, ano que dá nome à canção.

“Quando estranhos estão chegando, eles vêm à sua casa, eles matam todos vocês, e dizem: não somos culpados, não somos culpados”, diz trecho da letra.

A cantora russa Manizha usou seu perfil de rede social para criticar a invasão orquestrada por Vladimir Putin à Ucrânia.

“Esta é a manhã em que você se arrepende de acordar. Você não sabe para onde ir, a quem ajudar. Sento no canto da cama e choro. Eu choro porque não é minha escolha. A agressão atual é contra a minha vontade, contra a vontade da minha família, acredito que seja contra a vontade dos nossos povos”, afirmou. “Há ucranianos na minha família também. Minha nora é da Ucrânia. Meu futuro marido é meio ucraniano. Meus amigos próximos são ucranianos. Rússia e Ucrânia não são apenas dois países. Somos parentes. Qualquer guerra entre nós é fratricida. Mas todos nós precisamos ter muito cuidado agora. Não ceda ao pânico e à manipulação de informações. Agora, qualquer movimento ou palavra errada pode ser fatal. #Semguerra”.

O Eurovision está marcado para acontecer em Turim, na Itália, de onde é a banda de rock vencedora da última edição, Maneskin. Quanto à Ucrânia, a cantora Alina Pash, que seria a representante do país no concurso, desistiu de participar devido à sua polêmica visita em 2015 à Crimeia, ocupada pelos russos. O grupo de rap Kalush Orchestra ficou de substituí-la com a música “Stefania”.

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