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Entidades de imprensa reagem a tentativa de agressão a jornalistas da Globo em SP

SÃO APULO, SP (FOLHAPRESS) – Em mais um caso de violência contra jornalistas ocorrido no Brasil, a repórter da GloboNews Paula Araújo e a repórter cinematográfica Patrícia Santos foram alvo de uma tentativa de atropelamento, na manhã desta terça-feira (12).

A agressão ocorreu enquanto as duas participavam de uma transmissão ao vivo para o canal, no programa ”Em Pauta”.

As duas profissionais estavam na avenida Cupecê, região do Jardim Miriam, zona sul da capital paulista, quando um homem que passava pelo local parou o carro que dirigia ao lado das jornalistas e começou a xingá-las e ameaçá-las. Ele também gritou ofensas contra a emissora de TV.

Logo depois, o agressor jogou o veículo contra as profissionais. As duas jornalistas, que estavam em cima da calçada, conseguiram escapar do carro. Testemunhas que atuam no comércio da região chamaram a Polícia Militar.

Entidades ligadas ao jornalismo protestaram contra a nova tentativa de agressão contra profissionais do setor.

De acordo com a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalista) este é o terceiro episódio de violência contra jornalistas da Globo, em São Paulo, nos últimos sete meses.

A entidade lembra que no dia 12 de outubro, o repórter cinematográfico Leandro Matozo levou uma cabeçada no nariz de um apoiador do presidente Jair Bolsonaro na parte externa do Santuário de Aparecida. Em março, o repórter cinematográfico Ronaldo de Souza foi atacado com uma corrente por um homem no Brás, também durante um link ao vivo. O agressor foi localizado pela polícia.

Apenas nos primeiros quatro meses deste ano, foram 151 episódios de agressão física, verbal e digital a profissionais e meios de imprensa, o que corresponde a um aumento de 26,9% em relação ao mesmo período de 2021, segundo o monitoramento de ataques feito pela Abraji e pela Voces del Sur.

Em nota divulgada em seu site, a Fenaj afirma que “sabemos que os ataques são incentivados diariamente por Bolsonaro e seus seguidores, que já provaram não ter qualquer compaixão ou respeito à vida”.

Ainda segundo o texto, as agressões cada vez mais graves, são estimuladas em ações que de forma proposital confundem críticas às empresas midiáticas com agressões físicas e verbais a trabalhadores.

“O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e a Federação Nacional dos Jornalistas conclamam todos aqueles que defendem a vida, que não desprezam o outro, que se mobilizem para frear essa escalada. E que as empresas tratem essa questão como prioridade número 1, antes que o pior aconteça”.

A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) afirmou que repudia essa agressão e se solidariza com as duas repórteres que, “mesmo sob ameaça, mantiveram firmeza para continuar com a reportagem ao vivo”.

Segundo a entidade, é inadmissível que esse tipo de ataque ocorra, cada vez com mais frequência, em um país democrático.

Em nota, a Abraji diz que é “uma situação preocupante, alimentada em grande parte por falas agressivas de autoridades públicas”.

De acordo com o texto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) “tensiona as relações entre as instituições democráticas e mantém uma posição de conflito com a imprensa brasileira. Com a proximidade das eleições e o acirramento dos ânimos políticos, a Abraji avalia que crescem os riscos à liberdade de imprensa, ao cumprimento do exercício profissional e à integridade física e moral dos jornalistas”.

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