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Não há discussões ativas sobre possível nova emissão de SDRs, diz FMI

WASHINGTON (Reuters) – Outra alocação de Direitos Especiais de Saque (SDRs, na sigla em inglês) do Fundo Monetário Internacional (FMI) está entre opções que podem ser consideradas para ajudar países que enfrentam repercussões da guerra na Ucrânia, mas não há discussões ativas sobre o assunto, disseram autoridades do FMI nesta terça-feira.

“Não houve discussão no FMI sobre uma alocação adicional de SDRs”, disse um porta-voz do Fundo em comunicado por e-mail. “Apesar dos desdobramentos recentes e da alta incerteza global, seria prematuro concluir que a necessidade global de reservas de longo prazo mudou significativamente.”

A declaração foi enviada depois que o conselheiro econômico e diretor do departamento de pesquisa do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, disse que uma nova alocação de SDRs, ativos de reserva emitidos pela instituição, é “parte de um menu de opções que o Fundo está explorando atualmente” para ajudar países que lidam com crises provocadas por altos custos de alimentos e energia.

O FMI em agosto de 2021 criou e emitiu 650 bilhões de dólares em ativos de SDRs para ajudar países-membros na recuperação dos efeitos da pandemia de Covid-19, e o porta-voz disse que a maioria ainda mantém esses ativos como reservas.

Mais de 45 parlamentares progressistas dos EUA, liderados pela senadora Elizabeth Warren e pela deputada Pramila Jayapal, ambas democratas, pediram neste mês ao presidente norte-americano, Joe Biden, e à secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, que apoiem uma nova alocação de SDRs de pelo menos 650 milhões de dólares para evitar a fome e uma crise de dívida desestabilizadora nos países em desenvolvimento.

A emissão de SDRs desse tamanho no ano passado não exigiu aprovação legislativa nos Estados Unidos, o acionista controlador do FMI.

Gourinchas disse que uma alocação de SDRs “não é uma panaceia” para as dificuldades enfrentadas pelos países em desenvolvimento e que há limitações sobre como isso pode ajudar os Estados.

Outro fator que complica a emissão é que a Rússia, como membro do FMI, receberia uma alocação, o que atrairia oposição política por causa da invasão à Ucrânia.

O porta-voz do Fundo disse que o FMI atualmente se concentra em canalizar SDRs de membros mais ricos para aqueles que precisam de ativos de reserva adicionais.

Isso inclui aumentar os empréstimos das reservas por meio do Fundo de Redução da Pobreza e Crescimento e estabelecer o novo Fundo de Resiliência e Sustentabilidade para incluir países vulneráveis de renda média. O FMI espera começar a emprestar a partir do novo fundo em outubro.

(Por David Lawder)

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