Brasil

Apesar de bate-boca, campanha faz avaliação positiva de desempenho de Lula em debate

Por Lisandra Paraguassu

SÃO PAULO (Reuters) – Em debate na TV Globo marcado por bate-bocas e trocas de acusações, a avaliação da campanha do ex-presidente e candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi positiva, mesmo com momentos difíceis como a discussão com o candidato Padre Kelmon (PTB).

Pesquisas qualitativas que estavam sendo feitas pelo PT durante o debate com eleitores indecisos apontaram que, apesar de ter caído nas provocações de Kelmon –que atuou em dobradinha com o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL)– Lula não saiu prejudicado pela discussão.

“Apesar do bate-boca, Lula foi visto nas qualis como vítima de um impostor”, disse uma fonte da campanha petista à Reuters.

As mesmas pesquisas consideraram que o ex-presidente se saiu bem nos embates diretos com Bolsonaro, em que respondeu duramente acusações de corrupção e apontou para os casos no próprio governo de Bolsonaro.

A troca de acusações entre os dois levou aos momentos mais quentes do debate, em que Lula obteve quatro direitos de resposta e Bolsonaro, três. A avaliação da campanha, com base na pesquisa interna, foi que as respostas de Lula foram positivas.

Em entrevista depois do debate, Lula mostrou que ficou incomodado com o papel de Kelmon no debate, a quem chamou de “candidato-laranja”, e disse que sabia que seria o principal alvo dos adversários porque tem chances de vencer no primeiro turno.

“Eu estava incomodado de parecer o chato de galocha pedindo direito de resposta. Eu sabia que como sou um cara com possibilidade de ganhar no primeiro turno eu tinha consciência que seria mira para todo mundo atirar. E como tinha direito ao direito de resposta, eu tinha que pedir”, afirmou.

“Quando eu engrossei eu não perdi as estribeiras, era preciso alguém dizer alguma coisa para esse cidadão (padre)”, acrescentou.

Lula seguiu o que foi planejado pela campanha para esse debate, sendo mais incisivo e mais duro nas respostas a acusações, ao contrário da estratégia para o debate da Band, no início do mês, quando evitou parecer mais agressivo.

Apesar da avaliação positiva do resultado do debate, a coordenação da campanha tem dúvidas se o evento, o último antes das eleições, terá o efeito desejado de virar votos que permitam a Lula garantir uma vitória no primeiro turno.

De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta, o ex-presidente teria 50% dos votos válidos e teria chances matemáticas de vencer a eleição no primeiro turno, mas no limite mínimo necessário.

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