Brasil

Coordenação petista inicia contatos com PDT, MDB e União Brasil em busca de apoio a Lula

Por Lisandra Paraguassu

SÃO PAULO (Reuters) – A coordenação da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já começou os contatos com PDT, MDB e União Brasil para tentar acordos que levem os candidatos dos três partidos para o palanque do petista no segundo turno.

“Nós já tivemos contato com o PDT, com o presidente do PDT, o (Carlos) Lupi, dissemos a ele que gostaríamos muito de ter o Ciro na nossa campanha. Queremos ter muito a Simone (Tebet, MDB) na nossa campanha, estamos conversando também com o União Brasil, queremos ter a Soraya (Thronicke) conosco. E vamos procurar também o PSDB”, disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, depois da reunião de coordenação que aconteceu nesta segunda-feira.

O próprio Lula deixou claro que a hora é de conversar com quem for preciso.

“Temos que fechar alguns acordos, temos que conversar com todas as pessoas que não votaram conosco no primeiro turno. Agora a escolha não é ideológica. Agora nós vamos conversar com todas as forças políticas que têm voto, que têm representatividade, que tenham significância política nessa país para que a gente possa somar”, disse Lula.

Gleisi foi a responsável pelos contatos iniciais com as campanhas dos ex-adversários. No entanto, ninguém fez contato ainda direto com Ciro Gomes. Mais cedo, a ex-ministra Marina Silva, que tem ainda um bom relacionamento com o pedetista, afirmou que poderia fazer esse contato, se for necessário.

No domingo, ao fazer seu discurso depois de confirmada a derrota, Ciro afirmou que iria conversar com seus apoiadores e com o partido antes de tomar sua decisão, o que foi visto no PT como uma abertura para um eventual apoio a Lula.

Já Tebet não declarou ainda apoio, mas afirmou que “tem lado” e, independentemente da sua coligação –que inclui PSDB, Cidadania e Podemos – irá anunciar sua posição até terça-feira.

O MDB já está em negociação com o PT e o presidente do Cidadania, Roberto Freire, anunciou que encaminhou à Executiva do partido uma moção para seja aprovado o apoio a Lula no segundo turno.

Já o PSDB pretende liberar seus diretórios estaduais para agir como quiser, o que irritou o MDB, uma vez que a decisão teria sido tomada sem informar os aliados –o partido tem a vice na chapa de Tebet.

Lula citou ao final do seu pronunciamento o apoio de Freire e também do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).

PSDB e PT têm interesses mútuos em pelos dois Estados, São Paulo e Rio Grande do Sul. No primeiro, Fernando Haddad (PT) precisa dos eleitores do tucano Rodrigo Garcia para vencer Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato de Bolsonaro, no segundo turno.

Já no Rio Grande do Sul, é o tucano Eduardo Leite, que entrou no segundo turno contra o bolsonarista Onyx Lorezoni (PL), apenas 2,5 mil votos à frente do petista Eduardo Pretto. Leite precisa de apoio para tentar bater Onyx e já afirmou que irá procurar o PT para conversar.

Lula deixou claro que está disposto a conversar com os adversários para garantir essas alianças.

“Se for preciso conversar com adversários o ‘Lulinha paz e amor’ está pronto”, afirmou.

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