Economia

Ibovespa recua após 5 altas em dia com dados de emprego dos EUA

O Ibovespa recuava nesta sexta-feira, após cinco sessões consecutivas de alta, com agentes financeiros analisando dados que mostraram um mercado de trabalho ainda sólido nos Estados Unidos, o que pressionava Wall Street, mas sem tirar do radar o cenário político no Brasil.

Às 11:23, o Ibovespa caía 0,15 %, a 117.390,01 pontos, após avançar a 117.960,4 pontos mais cedo, na máxima até o momento. O volume financeiro somava 7,9 bilhões de reais.

Com tal desempenho, principal índice da bolsa paulista ainda acumula um ganho de mais de 6% na semana.

Nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho divulgou que foram criadas 263.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, acima do esperado no mercado, mas abaixo dos 315.000 postos de trabalho de agosto, enquanto a taxa de desemprego caiu a 3,5%.

“A questão é que o avanço em termos de desaceleração do mercado de trabalho apresentado nesse payroll se mostra ainda muito tímido, com uma taxa de desemprego caindo e ficando ainda mais longe das projeções do Fed para 2022 e 2023”, afirmou o estrategista-chefe da Avenue Securities, William Castro Alves.

“O dado reforçou a percepção de que ainda há muito trabalho para o Fed no sentido de desaquecer o mercado de trabalho e evitar uma espiral inflacionária com mais elevações de salários”, afirmou em comentário a clientes.

Em Nova York, o S&P 500 perdia 1,8%.

No Brasil, encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o mais votado no primeiro turno da eleição presidencial no domingo, e Simone Tebet (MDB), terceira colocada, deve ser monitorado nesta sexta-feira, assim como a primeira pesquisa Datafolha para o segundo turno.

Nessa semana, pesquisas Ipec, Genial/Quaest e PoderData voltaram a apontar favoritismo de Lula sobre Bolsonaro para o segundo turno, marcado para o dia 30.

A pauta macro brasileira mostrou que as vendas no varejo caíram 0,1% em agosto ante o mês anterior, no terceiro declínio nessa comparação, embora tenham ficado marginalmente acima das expectativas. Na base ano a ano, subiram 1,6%, acima do previsto.

DESTAQUES

– MRV&CO ON recuava 3,87%, a 11,93 reais, após suspender os planos para um processo de financiamento da Resia, sua subsidiária nos EUA, via entrada de um investidor, devido a condições de mercado. Ainda assim, a construtora tem um plano de elevação gradual das unidades construídas e vendidas pela Resia até atingir 12.000 por ano em 2030.

– BRADESCO PN caía 3,53%, a 20,23 reais, tendo de pano de fundo relatório do JPMorgan cortando a recomendação da ação para ‘neutra’, enquanto vê o banco mais exposto a classes de renda mais baixas, que apresentam maior risco de crédito. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN perdia 1,67% e BANCO DO BRASIL ON cedia 0,15%.

– VALE ON avançava 3,16%, a 77,94 reais, retomando a tendência positiva após o ajuste negativo da véspera. Em outubro, a ação já acumula valorização de cerca de 8%. No setor de mineração e siderurgia, CSN ON subia 1,05%, GERDAU PN ganhava 1,45% e USIMINAS PNA caía 0,76%.

– PETROBRAS PN valorizava-se 1,37%, a 34,12 reais, buscando a terceira alta seguida e ampliando a alta da semana para mais de 14%, endossada pela alta do petróleo no exterior, enquanto agentes financeiros seguem atentos ao noticiário sobre o segundo turno da eleição presidencial no Brasil. Agentes veem o papel como o mais afetado pelo desfecho das urnas no próximo dia 30.

– AMBEV ON caía 3,06%, a 15,54 reais, no quarto pregão seguido de queda. Analistas do Bradesco BBI esperam queda de 0,1% nos volumes de cerveja no Brasil da companhia no terceiro trimestre ano a ano, mas calculam alta de 17% nos preços (receita por hectolitro) para essa divisão, com margem Ebitda de 26,1%.

(Edição de André Romani)

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