Economia

Ativos da BlackRock caem abaixo de US$8 trilhões, mas lucro fica acima do esperado

Por Manya Saini e Davide Barbuscia

BENGALURU, Índia (Reuters) – A BlackRock divulgou nesta quinta-feira queda menor do que a esperada no lucro trimestral, apoiada por forte demanda por fundos negociados em bolsa e outros produtos de baixo risco. Isso amorteceu o impacto na receita com comissões advindo da derrocada do mercado global.

A ameaça de recessão, o rápido aumento das taxas de juros e a guerra na Ucrânia derrubaram títulos e ações este ano, mantendo os investidores na retaguarda, o que impactou os resultados de empresas como a BlackRock.

Os ativos sob gestão da empresa caíram 16% em relação ao ano anterior, para 7,96 trilhões de dólares no terceiro trimestre, com o dólar mais forte sendo mais um componente fazendo reduzir o valor dos investimentos nos principais mercados europeus e asiáticos.

“A velocidade com que os bancos centrais estão elevando as taxas para conter a inflação ao lado da desaceleração do crescimento econômico está criando uma incerteza extraordinária, maior volatilidade e níveis mais baixos de liquidez do mercado”, disse o presidente-executivo da BlackRock, Larry Fink.

A maior gestora de ativos do mundo, que ganha a maior parte de seu dinheiro com taxas cobradas por serviços de consultoria e administração de investimentos, teve queda de 16% no lucro ajustado, para 9,55 dólares por ação. Mas isso superou as expectativas dos analistas, de ganho de 7,07 dólares por papel, segundo dados da Refinitiv.

O mercado esperava que os ativos sob gestão caíssem para cerca de 8,4 trilhões de dólares ante quase 8,5 trilhões ao final do segundo trimestre. “Dado o resultado abaixo do esperado, isso estabelece um padrão mais baixo para a geração de receita no quarto trimestre”, disse Kyle Sanders, analista da Edward Jones.

As ações da BlackRock acumulam queda de 42% este ano e às 12h50 (horário de Brasília) mostravam alta de 1,9%.

As entradas líquidas gerais foram positivas no trimestre, com as de longo prazo somando 65 bilhões de dólares, uma vez que o impulso contínuo dos ETFs compensou o impacto dos clientes de varejo da BlackRock que retiraram cerca de 5 bilhões. As entradas líquidas em ETFs foram de cerca de 22 bilhões de dólares no trimestre, impulsionadas por 37 bilhões de fluxos em ETFs de títulos.

O presidente da BlackRock, Robert Kapito, disse nesta quinta-feira que a empresa está ajudando clientes a ajustarem suas carteiras à luz dos rendimentos mais altos no espaço de renda fixa.

“Vimos 37 bilhões de dólares de entradas líquidas em ETFs de títulos, que é o segundo melhor trimestre que tivemos na história…Acho que veremos entradas dramáticas e grandes em renda fixa no próximo ano à medida que as taxas de juros aumentam”, disse ele.

A receita do terceiro trimestre da BlackRock caiu 15%, para 4,31 bilhões de dólares. O lucro líquido caiu para 1,4 bilhão de dólares, ou 9,25 por ação, nos três meses encerrados em 30 de setembro, de 1,68 bilhão, ou 10,89 dólares por papel, um ano antes.

A BlackRock planeja pausar seus planos de contratação pelo resto do ano, pois uma recuperação nas condições de mercado pode demorar mais do que em crises econômicas anteriores.

“Embora continuemos a ter profunda convicção em nossa estratégia e no crescimento de longo prazo dos mercados de capitais globais, começamos a gerenciar de forma mais agressiva o ritmo de certos gastos discricionários”, disse o vice-presidente financeiro, Gary Shedlin.

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