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Economistas mostram preocupação fiscal em reunião com BC, dizem fontes

Economistas levaram a preocupação com a inflação para as reuniões com os diretores do Banco Central, em meio à crescente incerteza sobre as perspectivas fiscais do país sob o próximo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, disseram pessoas a par do assunto à Bloomberg.

Os alertas ocorreram durante encontros nesta quinta-feira com os dirigentes do BC e que antecedem a preparação do Relatório Trimestral de Inflação, de acordo com quatro participantes que descreveram o clima geral da reunião como muito pessimista.

A diretora de assuntos internacionais, Fernanda Guardado, e o diretor de política econômica, Diogo Guillen, conduziram duas sessões com economistas, mas se abstiveram de fazer comentários, disseram os participantes, pedindo anonimato, já que as reuniões não são públicas.

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As preocupações fiscais atingiram duramente os mercados locais nesta quinta-feira, em meio à declarações de Lula sobre a prevalência do social sobre o teto de gastos. A equipe de transição avalia ainda remover programas como o Bolsa Família do limite de despesas.

Em reação, o dólar chegou a disparar mais de 4% na máxima, acima de R$ 5,41, enquanto o Ibovespa afundou mais de 3%, mesmo com dia de forte risk-on global.

Lula negocia com o Congresso uma licença para ampliar os gastos previstos no Orçamento de 2023, como forma de financiar as promessas de campanha, incluindo auxílio de R$ 600 e o aumento real do salário mínimo.

Entre as opções está uma proposta de emenda constitucional que elevaria as despesas entre R$ 160 bilhões e R$ 200 bilhões no próximo ano.

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A maioria dos economistas ainda espera os detalhes do plano para terminar de revisar suas estimativas. À medida que as perspectivas fiscais se deterioram, as expectativas de que a Selic permanecerá alta por mais tempo também estão em alta.

Um dos participantes da reunião disse que a ideia que prevalece entre muitos deles é a de que o Banco Central parece cada vez mais o último adulto na sala.

Outro afirmou que, com a atividade desacelerando no próximo ano e as principais economias do mundo correndo o risco de entrar em recessão, as autoridades brasileiras não têm margem para erro. Muitos citaram ainda como um alerta a recente reação negativa dos mercados de títulos e da libra ao pacote apresentado pela ex-primeira ministra do Reino Unido, Liz Truss.

O Banco Central brasileiro interrompeu o ciclo de aperto monetário em setembro, deixando a taxa básica em 13,75%. Também nesta quinta-feira, o IBGE divulgou o IPCA de outubro, que teve alta acima do esperado e rompeu uma série de três meses de deflação, embora em termos anuais o índice de preços tenha desacelerado para 6,47%.

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