Esporte

Técnico agradece príncipe herdeiro saudita após vitória histórica sobre Argentina

Por Martyn Herman

LUSAIL, Catar (Reuters) – O técnico da Arábia Saudita, Hervé Renard, não é um estranho para o sucesso durante uma carreira nômade de duas décadas, mas agora será lembrado para sempre como o homem por trás de uma das maiores zebras da história das Copas do Mundo.

Renard, que levou o Marrocos à Copa do Mundo há quatro anos e venceu a Copa Africana de Nações durante os períodos com Zâmbia e Costa do Marfim, viu seus Falcões Verdes derrotarem a Argentina por 2 x 1 nesta terça-feira na partida de estreia das duas equipes no Grupo C do Mundial disputado no Catar.

Com milhares de sauditas tendo cruzado a fronteira para ver de perto o duelo no Estádio Lusail, sua equipe se recuperou após ficar em desvantagem depois de pênalti convertido por Lionel Messi para vencer de virada com gols de Saleh Al-Shehri e Salem Al-Dawsari, com os dois gols marcados no espaço de cinco minutos mágicos após o intervalo.

“Fizemos história para o futebol saudita, isso ficará para sempre”, disse Renard, que foi contratado em 2019 para liderar a equipe na busca por uma vaga no Mundial do Catar.

“Isso é o mais importante. Mas temos que olhar para frente – temos dois jogos difíceis para nós.”

Com jogos pela frente contra a Polônia e o México, a Arábia Saudita tem agora uma chance de chegar à fase eliminatória do torneio apenas pela segunda vez em seis tentativas, tendo chegado às oitavas de final em sua estréia em 1994.

Renard, cuja carreira como treinador inclui uma passagem pelo Cambridge United nas divisões inferiores da Inglaterra, convocou apenas jogadores que atuam na liga saudita.

Mas embora a Arábia Saudita possa estar em 51º lugar no ranking da Fifa, a segunda pior seleção ranqueada entre as 32 que estão no Catar, ele disse que eles não devem ser considerados como pesos leves do futebol.

Especialmente com o apoio do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que tem a intenção de fazer do país uma potência esportiva.

“Quando decidi treinar esta equipe há três anos, encontrei todo o apoio”, disse Renard. “Temos um grande presidente de federação e também o Ministério dos Esportes.”

“Quando nos encontramos com o príncipe (Mohammed bin Salman), ele não nos pressionou, e isto é maravilhoso. Ser pressionado não funciona com frequência.”

Na verdade, a vitória saudita somou-se a uma reviravolta na sorte do próprio príncipe após o assassinato de Jamal Khashoggi, jornalista e crítico saudita do príncipe, no consulado saudita em Istambul. A inteligência dos Estados Unidos disse acreditar que o príncipe havia ordenado a operação, embora em Riad a responsabilidade tenha sido atribuída a funcionários de nível inferior.

O líder saudita de facto estava sentado em uma posição de destaque na abertura da Copa do Mundo, no domingo.

Assim que a poeira assentou, Renard disse que sua equipe deveria se reagrupar rapidamente e se certificar de que eles capitalizem a vitória sobre a Argentina.

“Você conhece a natureza do jogador saudita, quando estará voando, mas devemos manter nossos pés no chão”, disse.

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