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FGTS-Eletrobras: Bancos criam fundos para receber dinheiro dos trabalhadores

FGTS-Eletrobras: Bancos criam fundos para receber dinheiro dos trabalhadores Trabalhadores que optaram por migrar parte dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para Fundos Mútuos de Privatização (FMP) da Eletrobras já podem transferir o montante para fundos de gestão ativa. A alternativa também está disponível para quem tem FMPs de Petrobras e Vale.

Diante da possibilidade, bancos e corretoras vêm criando fundos para receber os recursos. Para analistas, a migração pode ser vantajosa porque esses fundos investem em ativos diversificados e não apenas nas ações de uma empresa. Por outro lado, são cobradas taxas maiores.

Passados seis meses da operação que resultou na privatização da Eletrobras, os papéis da companhia se valorizaram apenas 6,5%, saindo de R$ 40,10, em 13 de junho de 2022, para R$ 42,68, em 25 de janeiro.

Embora a aplicação tenha objetivo de longo prazo, com potencial de ganhos maiores com o decorrer do tempo, Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos, opina que aplicar em um fundo com mais de um tipo de investimento mitiga riscos e aumenta as chances de lucro.

— A gente não sabe como vai ser a interferência desse novo governo na Eletrobras. Acho válido sair de um ativo único, de gestão passiva, para um produto de carteira livre, com gestão ativa. Apesar de ter taxa de administração maior, o potencial de ganho também é superior — afirma.

No caso de FGTS-Petrobras e FGTS-Vale, houve boa valorização diante do boom das commodities no ano passado, lembra Leonardo Piovesan, analista da Quantzed. Por isso, diz, é preciso analisar se a transferência desses fundos para os novos fundos que estão sendo criados realmente será vantajosa. Caso o investidor opte pela migração, não há incidência de impostos.

— Como não se trata de um resgate, mas sim de uma transferência, o investidor não estará sujeito por enquanto à tributação — explica Piovesa. — Enquanto a taxa dos FMPs gira em torno de 0,40%, as taxas de fundos de gestão ativa são maiores, em torno de 2%, bem semelhante a qualquer fundo de ação.

Oferta de novos fundos

A XP oferece duas opções de fundos de carteira livre, com taxa de administração de 2% em ambos: XP Investor Carteira Livre FMP e XP Balanceado Carteira Livre FMP, o qual é voltado para perfis conservadores, com até 49% do patrimônio em renda fixa.

Se o cliente tiver aplicado no FMP de Eletrobras da própria XP, é possível fazer a migração pelo aplicativo em um prazo médio de cinco dias. Caso os recursos estejam aplicados no FMP de outra instituição, o cliente precisa ir até uma agência e pedir algumas informações cadastrais para conseguir solicitar a migração.

O Banco do Brasil informou que, a partir de fevereiro, passará a disponibilizar aos clientes o fundo FMP Carteira Livre, como alternativa para migração de valores aplicados não só no FMP Eletrobras, como também FMP Vale e FMP Petrobras.

Como o produto ainda se encontra em fase de estruturação, a taxa de administração e composição do fundo ainda não foram divulgadas. Segundo o banco, a migração entre os produtos será simplificada, por meio da rede de gerente de relacionamento e especialistas de investimento.

Já a Caixa tem um FMP Carteira Livre apto a receber migrações de cotistas em outros FMPs, cuja política de investimento permite a alocação em ações e até 49% da carteira em títulos públicos. A taxa de administração é de 1,9% ao ano. O interessado deve entrar em contato com seu gerente de relacionamento ou comparecer a uma agência da Caixa.

O BTG, por sua vez, lançou o FMP FGTS Reference Absoluto Carteira Livre e FMP Reference Absoluto Moderado Carteira Livre. O primeiro, com taxa de administração de 2% ao ano, possui 95% da composição em ações de companhias de diversos segmentos e 5% por títulos públicos, enquanto o segundo possui taxa de 1,5% ao ano e é destinado para um perfil conservador.

A composição da carteira engloba 60% da estratégia em renda variável e 40% em títulos públicos.

Beatriz Felizardo, especialista de Fundos e Previdência da Acqua Vero Investimentos, defende a migração dos recursos para sair de um risco “mono ação” para um pulverizado. Ela ainda lembra que o trabalhador continua sujeito às regras do FGTS, ou seja, o saque é possível em caso de demissão sem justa causa, doença grave e compra de imóvel próprio.

Tire suas dúvidas:

Quem pode transferir recursos do FGTS para fundos diversificados?

Apenas quem alocou recursos nos FMPs Petrobras, Vale e Eletrobras têm essa alternativa. Trabalhadores não podem migrar os recursos do FGTS direto para os fundos de gestão ativa de corretoras e bancos.

Como fazer essa migração?

Em alguns casos, é possível fazer pelo próprio aplicativo da instituição. Em outros, é necessário procurar o assessor de investimento ou gerente e fazer o pedido. O tempo para transferência é variável.

As taxas dos fundos de gestão ativa são maiores?

Sim. Enquanto os FMPs Eletrobras têm taxas entre 0,20% a.a. e 0,40% a.a., os fundos de gestão ativa cobram, em média, por ano, 2%.

Há chances de ganhos maiores?

Segundo analistas, fundos de gestão ativa têm possibilidade de ganhos maiores, porque os gestores podem mudar a estratégia ao vislumbrar algum cenário negativo. Além disso, os fundos costumam mesclar investimentos diversos de renda variável com renda fixa, o que reduz os riscos.

Posso voltar os recursos para o FGTS se eu quiser?

O retorno dos recursos ao FGTS só estará liberado a partir de junho de 2023, quando os FMPs Eletrobras completam um ano.

Posso sacar os recursos dos FMPs de gestão ativa quando quiser?

Não. Os recursos são liberados de acordo com as regras do FGTS. Podem sacar trabalhadores demitidos sem justa causa, com doença grave, que queiram comprar casa própria, entre outros. Fonte: Extra Globo

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