Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) – Uma produtora da emissora norte-americana Fox News entrou com uma ação acusando os advogados da rede de pressioná-la a fornecer um depoimento enganoso em uma ação que acusa a Fox de promover as falsas alegações de fraude eleitoral feitas pelo ex-presidente Donald Trump.
As acusações de Abby Grossberg, que foi produtora do programa do apresentador Tucker Carlson, apareceram em queixas apresentadas na noite de segunda-feira no tribunal federal de Manhattan e no Tribunal Superior de Delaware.
Grossberg disse que a Fox a colocou em licença administrativa na segunda-feira, efetivamente encerrando sua carreira no canal.
A Fox está se defendendo no tribunal do Estado de Delaware contra o processo de difamação de 1,6 bilhão de dólares da Dominion Voting Systems por divulgar acusações de que as urnas eletrônicas da empresa foram usadas para fraudar a eleição presidencial dos EUA em 2020, na qual o democrata Joe Biden derrotou Trump.
Grossberg disse que o treinamento e a intimidação dos advogados da Fox antes de seu depoimento em setembro de 2022 a deixaram “se sentindo pressionada a não citar nomes ou implicar outras pessoas, em especial importantes apresentadores masculinos da emissora e executivos da Fox News”.
Ela também disse que a Fox expôs ela e outras pessoas ao sexismo e à misoginia desenfreados.
Grossberg citou uma suposta discussão entre a equipe de Carlson em outubro passado sobre quem seria a “mais gostosa” e a melhor parceira sexual entre a governadora democrata de Michigan, Gretchen Whitmer, e sua adversária republicana, Tudor Dixon.
Carlson, o principal apresentador do horário nobre da Fox, está entre os réus no processo de Manhattan, que disse que ele fez comentários depreciativos sobre mulheres como a ex-advogada de Trump, Sidney Powell.
(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York)
