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Governo estuda compra de mais caças suecos Gripen para FAB, diz Múcio

Governo estuda compra de mais caças suecos Gripen para FAB, diz Múcio

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) – O ministro da Defesa, José Múcio, disse à Reuters nesta terça-feira que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estuda ampliar a encomenda de caças Gripen, da fabricante sueca Saab, e iniciou conversas com o embaixador da Suécia no Brasil sobre a potencial aquisição, embora ainda não exista uma definição sobre quantas aeronaves adicionais poderiam ser adquiridas.

“A Força Aérea Brasileira disse que tem mais necessidade (de caças Gripen). Estamos vendo e estudando isso”, disse Múcio à Reuters durante a feira da indústria de defesa Laad, realizada no Rio de Janeiro.

“Ainda esta semana falamos com o embaixador da Suécia sobre isso e é uma conversa que está no início… embrionária”, acrescentou.

Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, o Brasil acertou a compra de 36 caças suecos Gripen para a FAB com o objetivo de ter aeronaves mais modernas na defesa do espaço aéreo do país. O acordo prevê a transferência de tecnologia e a futura fabricação das aeronaves de combate no Brasil.

As primeiras aeronaves já foram entregues ao Brasil e a previsão é de conclusão das entregas desse lote de 36 caças em 2027.

Uma fonte próxima às negociações disse em condição de anonimato que o pacote de caças poderia ser ampliado para 40 aeronaves. As negociações envolveriam a redução de alguns suprimentos que seriam convertidos em “crédito” para a aquisição de mais quatro aeronaves.

De acordo com essa fonte, há demanda para a aquisição de um segundo lote, além do já acordado, que envolveria cerca de 30 caças.

“Somos um país grande, continental, mas 36 ou 40 (caças) formam apenas uma base e precisamos de mais para cobrir o país. Sabemos que é um investimento caro e relevante, mas um segundo lote se pensa para em até 15 anos”, disse a fonte.

Múcio disse que o governo Lula enxerga na indústria de defesa uma ferramenta para fomentar investimentos, emprego e renda e que a intenção é ampliar a participação dos investimentos neste setor no Produto Interno Bruto.

“A gente precisa investir nisso. Investimos cerca de 1,3% do PIB e precisamos investir mais. Quando a gente fala nisso, me seduz muito o estímulo à geração de emprego no país, é uma resposta muito rápida”, disse ele à Reuters.

Mais tarde, falando a jornalistas, Múcio disse que trabalha atualmente em uma proposta para elevar o investimento em defesa para 2% do PIB.

“O presidente pediu para a gente apresentar uma proposta nova para ver onde nós poderíamos aumentar investimentos. A Colômbia tem 3,6% do PIB, Portugal tem quase 2%”, afirmou.

“O Brasil não vai se armar, mas vamos apresentar uma proposta para aumentar o investimento em defesa de forma gradativa. Minha proposta será de até 2% do PIB. Estamos procurando gerar muito emprego. É uma indústria que paga muito imposto e para o país é algo muito importante”, disse Múcio.

Ao mesmo tempo, ele reconheceu a dificuldade em debater o tema no momento atual do país.

“É muito difícil você discutir isso quando fome e desemprego ainda são os maiores adversários e ainda não tem uma arma que combata eles.”

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