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Brasil leva luta contra o racismo ao exterior

Por Catarina Demony

LISBOA (Reuters) – Autoridades do governo do Brasil estão usando a primeira visita de seu presidente à Europa desde que foi eleito para aumentar a conscientização e lutar contra a discriminação racial enfrentada pela comunidade brasileira em Portugal e em outros lugares.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi uma das autoridades que viajou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua missão era trazer discussões sobre racismo para a mesa.

“Não vamos conseguir resolver 523 anos de problemas em apenas uma visita, mas espero que possamos seguir em frente, porque é por isso que estamos aqui”, disse Franco a repórteres neste domingo, referindo-se aos séculos de opressão enfrentados pelos negros.

Ela é irmã de Marielle Franco, vereadora negra do Rio de Janeiro que lutou por justiça racial e foi morta a tiros em 2018.

Quando eleito, Lula disse que pretendia atacar o racismo e o legado de escravidão do Brasil. Navios portugueses transportaram quase seis milhões de africanos escravizados. A maioria foi para o Brasil.

O principal grupo de direitos humanos da Europa disse anteriormente que Portugal deve enfrentar seu passado colonial e seu papel no comércio transatlântico de escravos para ajudar a combater o racismo e a discriminação no país hoje.

“Vamos construir um futuro sem esquecer as dívidas do passado”, escreveu Franco no Instagram. “Vamos construir um futuro onde a cooperação seja mútua entre os países para buscar justiça e reparação.”

Em carta endereçada a Lula no domingo, a associação de migrantes Casa do Brasil, com sede em Lisboa, disse que os casos de discriminação contra brasileiros em Portugal estão aumentando.

Um estudo da Casa do Brasil mostrou que 91% dos brasileiros em Portugal, uma comunidade de cerca de 300 mil habitantes, já enfrentaram algum tipo de discriminação no acesso aos serviços públicos.

Franco se reuniu com a ministra dos Assuntos do Parlamento português, Ana Catarina Mendes, no sábado, para discutir políticas para combater a injustiça racial.

Ambos os governos concordaram com uma estratégia nacional para combater o racismo.

“Precisamos fazer isso acontecer”, disse Franco.

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