Brasil

Thales transferirá serviços de manutenção da frota da Gol ao Brasil

Por Gabriel Araujo

SÃO PAULO (Reuters) – A empresa francesa Thales fechou acordo para passar a prestar serviços de manutenção à Gol no Brasil, em vez de no exterior, visando reduzir custos e tempo de espera, conforme anúncio das companhias nesta terça-feira.

Sob o acordo, a Gol não precisará mais enviar equipamentos da Thales para os Estados Unidos ou França para manutenção, já que agora eles serão reparados em uma unidade da companhia francesa em São Bernardo do Campo (SP).

A Thales fornece serviços aviônicos para a Gol, que tem uma frota de cerca de 120 aeronaves Boeing, assim como para a concorrente local Azul, que opera principalmente aeronaves Airbus e Embraer.

A transferência de serviços de manufatura para o exterior é uma questão política sensível na França. O presidente francês, Emmanuel Macron, reuniu-se com líderes empresariais no ano passado para tentar convencê-los a manter mais operações na Europa apesar do aumento dos custos de energia.

No entanto, analistas dizem que a indústria aeroespacial há muito tempo mantém redes globais para a manutenção de peças, em um esforço para reduzir custos.

As companhias não divulgaram detalhes financeiros do acordo, mas o diretor de manutenção da Gol, Fernando Miwa, disse que os investimentos da Thales no Brasil fornecerão aos operadores locais uma oportunidade de cortar custos.

“Estamos muito satisfeitos com o avanço da Thales no desenvolvimento de reparos locais em um mercado ainda muito limitado em oferta deste tipo serviço no Brasil”, disse Miwa, no comunicado.

A Thales, que havia ampliado a fábrica em São Bernardo do Campo em 2021 para poder fornecer esses serviços, disse que o acordo permitirá à Gol reduzir o tempo de espera, pagar em moeda local e receber suporte em seu próprio fuso horário.

A expectativa é de que o tempo de espera seja reduzido para dois dias, em comparação a 30 dias anteriormente, disse a empresa francesa, estimando que a Gol economizará cerca de 60% em logística e impostos. A planta também poderá atender outras companhias aéreas da América Latina no futuro, acrescentou a Thales.

O contrato está inicialmente programado para durar três anos, mas poderá ser prorrogado.

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