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Aposentadoria do INSS: cuidado e dicas com dívidas para não ficar sem pagamento

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Aposentadoria do INSS: cuidado e dicas com dívidas para não ficar sem pagamento A Dona Maria Cândida Coelho, de 69 anos, mora há 1.100 mil km da capital do Brasil, na pequena Caçapava, que fica no interior de São Paulo, na região do Vale do Paraíba. Como muitos brasileiros, desde muito cedo sente na pele como é viver com pouco.

De família humilde, perdeu a mãe ainda criança, aos 9 anos, ficando com a responsabilidade de cuidar dos irmãos mais novos. Estudou até a quarta série do ensino fundamental. Aos 11 anos deixou sua casa para trabalhar, morando em casa de família, onde aprendeu serviços domésticos.

Aos 29 anos, começou a trabalhar para outra família e lá se vão 40 anos no mesmo emprego. Mesmo aposentada, continua na labuta porque é a principal fonte de renda da família: atualmente, sustenta os filhos e os netos que moram com ela num bairro afastado do centro da cidade.

Com pouca escolaridade e baixo conhecimento sobre educação financeira, Maria conta que tem dificuldade em controlar suas finanças. Para fazer compras no supermercado, ela costuma pedir o cartão de crédito da irmã emprestado.

“Dou prioridade para o dízimo e depois para as contas que nunca acabam, como água, luz, além do gás. É difícil controlar as contas e ter dinheiro para comprar pão, leite e as misturas (proteínas). Às vezes peço adiantamento do salário, mas é ruim porque fico apertada do mesmo jeito”, explica.

Ela conta que a patroa costuma explicar que, se conseguir, deve gastar menos do que ganha. “Eu recebo de manhã, pago tudo que devo e, se fico com um trocadinho, ele acaba que eu nem vejo. Uma vez meu filho me pediu para eu pegar dinheiro com o banco e eu não quis. Pensei: vou sair fora que isso é rolo. Depois vou ficar a vida toda pagando e ele não tem responsabilidade”, comenta.

A educação financeira é a ferramenta que ajuda as pessoas a gerenciarem melhor seus recursos, como explica Lavito Person Motta Bacarissa, gerente nacional da CAIXA. “É importante explicar que a educação financeira traz diversos benefícios às pessoas, como, por exemplo, aprender a poupar, controlar os recursos financeiros, identificar os gastos desnecessários, analisar riscos e compreender o quão importante é ter uma reserva de emergência”.

O que fazer para não comprometer a aposentadoria

Assim como a Maria, muitos idosos precisam ajudar os familiares no dia a dia. Possuem gastos altos com remédios, planos de saúde e alimentação, comprometendo a pensão ou aposentadoria.

Pensando nisso, a área de educação financeira da CAIXA separou algumas dicas que podem ajudar os idosos a planejar a vida financeira.

Não faça empréstimos para outras pessoas: ajude no que for possível com o dinheiro que tem disponível, mesmo para pessoas da família.

É muito bom agradar pessoas queridas, mas pense bem para não comprometer o orçamento.

Se o assunto for empréstimo, não tome uma decisão por impulso. Pense por alguns dias, compare as taxas oferecidas, prazos para pagamento e veja se há outra solução.

Separe um tempinho para organizar seu dinheiro. Anote tudo o que ganha e os gastos fixos, como aluguel, água, luz e gás, e os variáveis, como saídas para comer ou TV por assinatura.

Se no saldo do final do mês sobrar algum dinheiro, tente poupar. Você não precisa guardar só valores altos: quantias menores também são importantes. Priorize investimentos de renda fixa, como poupança, por exemplo. Seu gerente do banco pode te ajudar com isso. Converse com ele!

Se não sobrar dinheiro, fique alerta. Pode surgir algum gasto que você está esperando.

Caso falte dinheiro, tente rever alguns gastos. Liste tudo o que ganha e o que gasta. Veja o que é prioridade e não pode deixar de ser pago, o que é possível deixar de comprar e se organize para conseguir comprar à vista, em outro momento.

Se conseguir, faça sua reserva para emergências. Necessidades e imprevistos acontecem, assim surgem algumas dívidas que podem demorar muito para serem pagas. A reserva de emergência te ajudará a não ficar no vermelho e vai te dar uma baita tranquilidade!

De acordo com o Mapa de Inadimplência e Negociações da Serasa, a quantidade de idosos inadimplentes aumentou 33% entre abril de 2019 e abril deste ano. A segunda maior variação aparece na faixa de 46 a 60 anos, que cresceu 14,4%.

Diferentemente de outras faixas etárias, as contas de água, luz e gás representam as principais dívidas não pagas entre os idosos, respondendo por 39,7% do total de pendências.

Finanças pessoais

Se você tem interesse em conferir mais informações sobre finanças pessoais acesse https://www.caixa.gov.br/educacao-financeira/Paginas/default.aspx.

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