Brasil

Embarque de suco de laranja do Brasil em 22/23 cai em volume; tem maior receita em 5 anos

SÃO PAULO (Reuters) – A exportação de suco de laranja do Brasil, maior exportador global do produto, encerrou a safra 2022/23 com recuo de 0,81% para 1,03 milhão de toneladas (FCOJ equivalente a 66 Brix), mas a receita subiu 16% na comparação com o ciclo anterior, por conta de uma restrição na oferta brasileira, segundo dados compilados pela associação de exportadores CitrusBR.

O total faturado, de 2,038 bilhões de dólares, foi a maior receita com exportações em uma safra desde a temporada 2017/18, quando o montante superou 2,1 bilhões de dólares, disse a associação nesta terça-feira.

“Os números refletem dois aspectos importantes: o primeiro é uma certa restrição na oferta derivada de três safras sequenciais relativamente pequenas e o segundo é uma maior valorização do produto, justamente por conta dessa restrição”, disse o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, em nota.

A Europa continua a ser o principal mercado para o produto brasileiro com 548.053 toneladas embarcadas, uma queda de 16,23%.

Já os embarques para os Estados Unidos apresentaram um avanço de 55,3%, totalizando 328.089 toneladas, uma vez que o país norte-americano lida com uma oferta menor.

“O aumento das exportações para os Estados Unidos está em linha com a maior demanda por suco nesse mercado, que tem sido muito afetado nos últimos anos por eventos climáticos e, principalmente, pelo greening, uma doença que afeta severamente os pomares do país”, explicou Netto.

Segundo o diretor da CitrusBR, a expectativa de exportações para a próxima temporada é de volumes semelhantes aos registrados em 22/23.

“Como a safra está no começo, muita coisa pode acontecer, pode melhorar um pouco ou piorar um pouco… Mas não deve mudar a ordem de grandeza…”, afirmou.

Netto avalia que há espaço para o suco de laranja crescer em outros destinos. Um dos exemplos é a Coreia do Sul, que, em um passado distante, chegou a consumir mais de 30 mil toneladas e hoje praticamente não compra mais do Brasil.

“Enquanto o Brasil paga uma tarifa de 54% para acessar o mercado sul-coreano, a União Europeia entra com tarifa zero, então fica praticamente impossível competir”, comentou.

Segundo ele, é importante que o Acordo Mercosul/Coreia do Sul seja concluído e traga para o setor mais oportunidades.

(Por Roberto Samora)

tagreuters.com2023binary_LYNXMPEJ6A0PE-BASEIMAGE

To Top