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Economia: Dólar abre em queda com investidores ainda em cautela à espera do Fed

Fluxo cambial no Brasil é positivo em US$3,580 bi em março, diz BC

Economia: Dólar abre em queda com investidores ainda em cautela à espera do Fed O dólar abriu em leve queda nesta terça-feira (19), com investidores operando em cautela antes da decisão sobre juros nos Estados Unidos desta semana.
“Os mercados globais estão se movimentando com viés levemente positivo na manhã. Não obstante, o clima segue morno, com variações bastante discretas em todos os mercados antes do início de uma sequência importante de decisões de taxas de juros ao redor do mundo”, disse a Guide Investimentos em nota a clientes.
Às 9h38, o dólar caía 0,09%, cotado a R$ 4,851. Na mínima da sessão, a moeda americana chegou a ser vendida a R$ 4,840.
Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, o mercado americano vê 99% de chance de manutenção da taxa de juros americana em 5,50% nesta quarta. Mais do que isso, sustentando um ambiente benigno no mercado internacional, as probabilidades de outra pausa em novembro e dezembro são de cerca de 60%.
Caso esse cenário se confirme, a tendência é o dólar se desvalorizar globalmente, uma vez que os rendimentos dos títulos americanos ficariam menos atraentes quando comparados aos retornos financeiros oferecidos em países de juros mais altos, elevando a demanda por moedas mais arriscadas, como o real.
Esta terça-feira marca, ainda, o primeiro dia da reunião de política monetária do Banco Central, que na quarta deve reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25%. Embora juros mais baixos no Brasil tendam a prejudicar o real, muitos especialistas em câmbio têm dito que a política monetária seguirá em patamar restritivo o suficiente para sustentar a moeda local mesmo com o início do afrouxamento pelo BC.
“Apesar do IPCA menor do que o esperado [em agosto], o Copom provavelmente não acelerará os cortes de juros esta semana, uma vez que as expectativas de inflação de longo prazo continuam acima da meta e o crescimento continuou a surpreender positivamente”, avaliou o Citi em nota.
“Além disso, os termos de troca brasileiros continuam a sua trajetória positiva à medida que os preços das commodities saltam, dando assim mais apoio ao real.”
Na segunda (19), o dólar caiu 0,32% e fechou cotado a R$ 4,855. Já a Bolsa brasileira começou o dia em alta, mas reverteu os ganhos e passou a operar em queda durante a tarde, terminando a sessão em baixa de 0,39%, aos 118.288 pontos.
Em compasso de espera sobre as decisões de juros, a Bolsa brasileira registrou nova queda puxada pelas ações da Vale, que caíram 0,90% em dia fraco para o minério de ferro no exterior.
O setor financeiro também caiu e pressionou o Ibovespa, com Banco do Brasil e Itaú recuando 0,37% e 0,29%, respectivamente, e figurando entre as mais negociadas da sessão.
A Vamos registrou o maior recuo do dia, afundando 6,10% após sofrer um corte de recomendação de compra pelo Bank of America.
Na ponta positiva, a Bolsa foi apoiada principalmente pela Petrobras, que registrou ganhos de 0,56% em suas ações preferenciais e de 1,19% nas ordinárias em dia de alta do petróleo no exterior.
A maior alta da sessão foi da Braskem, que subiu 5,83% após a Petrobras ter divulgado que está avaliando os ativos da petroquímica em meio a negociações sobre uma possível compra de controle da companhia.
Como mostrou a coluna Painel S.A, da Folha de S.Paulo, as negociações entre a Petrobras e a estatal árabe Adnoc envolvendo a compra do controle da Braskem, hoje nas mãos da Novonor (ex-Odebrecht), têm avançado.
“O Ibovespa operou em um intervalo mais estreito e rondando a estabilidade na maior parte da sessão, por um lado com a alta de ativos ligados ao ciclo econômico doméstico, enquanto houve a queda de ações do setor de commodities e de grande peso no índice”, afirma Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

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