Brasil

Desigualdade salarial persiste: Mulheres mais escolarizadas ganham 21% menos que homens

carteira de trabalho desemprego
Brenda Rocha - Blossom/Shutterstock.com

Em pleno século XXI, a luta pela igualdade de gênero ainda encontra obstáculos significativos no mercado de trabalho brasileiro. Segundo um estudo recente divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Dia Internacional da Mulher, apesar de mais escolarizadas, as mulheres continuam a ganhar, em média, 21% menos que os homens. A disparidade salarial se amplia ainda mais nas profissões intelectuais e científicas, onde as mulheres recebem 36,7% a menos.

A Questão da Escolarização e Participação no Mercado de Trabalho

O estudo “Estatísticas de Gênero” revela que 21,3% das mulheres acima de 25 anos possuem ensino superior completo, em comparação a apenas 16,8% dos homens. Contudo, mesmo com essa vantagem educacional, a participação feminina no mercado de trabalho ainda não recuperou os níveis pré-pandemia, e a remuneração média continua inferior.

CTEM Versus Áreas de Bem-Estar Social

Quando se trata de áreas de Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática (CTEM), apenas 22% dos formandos são mulheres, um declínio comparado a uma década atrás. Por outro lado, na área de bem-estar social, como Serviço Social e Enfermagem, a participação feminina atinge impressionantes 92%.

Barreiras de Gênero e Cargos de Liderança

O estudo também aponta que mulheres ocupam apenas 39% dos cargos de liderança, contra 61% dos homens. A dificuldade de acesso a posições de topo é especialmente evidente na agricultura e na pesca, onde apenas 16% dos cargos gerenciais são ocupados por mulheres.

Trabalho Doméstico e Jornada Dupla

O IBGE destaca a carga desproporcional de trabalho doméstico assumida pelas mulheres, que dedicam quase o dobro do tempo dos homens a essas atividades. Esse desequilíbrio impacta diretamente sua capacidade de participar do mercado de trabalho e ascender a cargos mais elevados.

Políticas Públicas e Igualdade de Gênero

Diante desse cenário, especialistas como Barbara Cobo, coordenadora de estudo e pesquisa do IBGE, defendem a implementação de políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade de gênero, como licenças-paternidade e maternidade iguais e a expansão do acesso à educação integral.

Reflexões Sobre o Futuro

O estudo do IBGE lança luz sobre as persistentes desigualdades de gênero no Brasil, reforçando a necessidade de uma reflexão coletiva e ações concretas que visem a equidade no ambiente de trabalho e na sociedade como um todo.

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