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Reunião de Lula para discutir crise na Petrobras deve ter confronto entre posições da Fazenda e da Casa Civil sobre dividendos

A reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a crise na Petrobras, na tarde desta segunda-feira no Palácio do Planalto, deve deixar explícita a divergência entre as duas posições dentro do governo sobre o pagamento de dividendos extraordinários aos acionistas da estatal.

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A previsão é que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se alinhe ao presidente da empresa, Jean Paul Prates, na defesa do pagamento de parte dos recursos que sobraram livres no caixa após o pagamento dos dividendos regulares. Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa, é favorável à posição do Ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, de reter esse dinheiro em um fundo de reserva.

Na sexta-feira, a decisão da Petrobras de não pagar dividendos extraordinários foi recebida com forte frustração pelos investidores. As ações da estatal chegaram a cair 13% durante o pregão, e a companhia perdeu R$ 55,3 bilhões em valor de mercado, atingindo o menor valor em três meses.

Prates buscou a Haddad nos últimos dias para ter apoio em sua posição e conseguir reverter a decisão de não pagar os dividendos extraorinários . O presidente da Petrobras argumenta que o não-pagamento do valor extra aos acionistas poderia derrubar o preço de mercado da estatal. De acordo com aliados, o ministro da Fazenda está alinhado ao presidente da Petrobras.

Como mostrou a colunista Malu Gaspar, Prates é favorável a distribuir aos acionistas 50% dos recursos que sobraram livres no caixa após o pagamento dos dividendos regulares – R$ 43,9 bilhões. O governo tem maioria das ações da petroleira, com diretor a indicar seis dos 11 conselheiros.

Rui Costa e Alexandre Silveira argumentam que a retenção desse recurso preserva fluxo de caixa da Petrobras, sem abrir mão do compromisso da companhia de pagar dividendos futuramente, revendo a decisão em outro momento.

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