Justiça

Supermercados Dia buscam recuperação judicial após fechamento de lojas e acúmulo de dívida bilionária

Mercado Dia
Foto Divulgação

Em um movimento estratégico para enfrentar uma crise financeira prolongada, a cadeia de supermercados Dia, de origem espanhola, anunciou oficialmente seu pedido de recuperação judicial no Brasil. Esta decisão surge apenas uma semana após a revelação do fechamento de 343 pontos de venda no país, evidenciando uma tentativa de reestruturação frente a uma dívida que ultrapassa a casa do bilhão de reais, especificamente apontada em mais de R$ 1 bilhão, dos quais R$ 268 milhões correspondem a obrigações com instituições financeiras.

A medida é apresentada pela empresa como uma ação decisiva para tentar reverter o quadro de adversidades financeiras, marcado por resultados operacionais negativos consecutivos no mercado brasileiro. A intenção é de que, por meio do processo de recuperação judicial, a companhia consiga manter suas atividades enquanto busca alternativas para estabilizar e possivelmente revitalizar sua operação no país.

O grupo, que marcou sua chegada ao Brasil há duas décadas, em 2001, reconhece ter realizado significativos investimentos em território nacional. Contudo, os retornos financeiros obtidos ficaram aquém das expectativas, culminando na recente decisão de reestruturação. Este cenário desafiador é corroborado pelos relatórios financeiros da empresa, indicando prejuízos consideráveis nos últimos anos, incluindo um déficit de 30 milhões de euros (aproximadamente R$ 163 milhões) apenas em fevereiro, e um prejuízo anual ainda mais expressivo em 2022, alcançando 124 milhões de euros, ou seja, mais de R$ 673 milhões.

O Dia esclarece que o pedido de recuperação judicial se restringe exclusivamente à sua operação no Brasil, sem afetar sua situação financeira em outros mercados, como Espanha e Argentina, onde a empresa mantém uma presença sólida e relevante, especialmente no segmento de distribuição alimentar de proximidade.

A recuperação judicial, portanto, é vista pela companhia como um mecanismo de proteção e uma oportunidade para assegurar a continuidade de suas atividades comerciais, visando a preservação de sua função econômica e a honra de seus compromissos.

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