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Zélia Duncan revela que Rita Lee rompeu amizade com ela por causa dos Mutantes: ‘Doeu e dói até hoje’

Autoras e vozes da famosa canção “Pagu”, lançada em 2000, Rita Lee e Zélia Duncan deixaram de se falar há 18 anos. O afastamento se deu por conta da entrada de Zélia na banda Mutantes, em 2006, substituindo a então amiga, que morreu em maio do ano passado. A cantora do hit “Catedral” abriu o coração e falou pela primeira vez dessa treta envolvendo essas duas grandes nomes da MPB.

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Zélia Duncan relembrou a época em que participou do grupo Mutantes, após receber um convite de Sergio Dias, guitarrista da banda, e do irmão dele, Arnaldo Baptista. Eles saíram em turnê internacional com a banda em 2006 e ficaram juntos por um ano e meio. Mas antes de aceitar o convite, Zélia ligou para a amiga Rita Lee para consultá-la.

“Jamais desejei cantar nos Mutantes. Não sou louca. Olha a minha voz, olha a voz da Rita, uma grave, outra aguda. Ele (o Sérgio) me convidou para cantar com a banda em Los Angeles, Nova York e São Francisco. Fiquei desesperada. Convidaram a Rita, ela não quis. E estavam procurando uma cantora”, iniciou Zélia em entrevista a Tati Bernardi, no canal Universa.

“Alguns meses depois, ela foi sumindo, sumindo, e sumiu de mim. Parou (de falar comigo). Tentei (ir atrás), até um certo ponto, óbvio que respeitei”.

“Eu realmente achava que a gente era amiga. Nós fizemos ‘Pagu’ juntas, uma música que muito me orgulha. Cantei com a Rita várias vezes em shows dela, e para mim, era uma imensa honra. E a gente se falava, passamos um monte de coisas legais. Eu conheci a Rita quando gravei o ‘Lá vou eu’. Quando teve o Prêmio da Música Brasileira, ela era homenageada, e ela me chamou para cantar. Dali cantei em vários lugares com ela, em outras cidades. E a Rita foi o meu primeiro ídolo. Com 12 anos, pedi para a minha mãe o primeiro vinil, que era ‘Fruto proibido'”, desabafou.

Zélia, então, conta a reação de Rita Lee ao saber do convite para os Mutantes: “Peguei o telefone, ela atendeu, e eu disse: ‘Rita, recebi esse convite, mas quero saber como é para você. Porque se for estranho para você, realmente eu não vou’. Ela esperou uns três segundo e falou essas palavras: ‘Vai, você vai se divertir com os manos’. Eu até pensei: que legal ela falar assim, ‘com os manos’, porque eu sei que, com motivo e razão, ela teve uma mágoa com eles lá nos anos 70. Mas a Rita é a rainha do Brasil, do pop brasileiro. Ela abriu todos os caminhos, é uma luz na vida da gente. Tudo que ela fez, ela revolucionou. Tudo ela fez em altíssimo nível. E assim foi. Ela falou ‘vai’, e eu fui. Alguns meses depois, ela foi sumindo, sumindo, e sumiu de mim. Parou (de falar comigo). Tentei (ir atrás), até um certo ponto, óbvio que respeitei”.

“Sou muito tranquila em relação ao que eu podia fazer. Acho que fui amiga dela até quando ele permitiu”.

A cantora revela o plano que tinha de gravar uma nova versão de “Pagu” com Rita e lamenta que ela tenha morrido sem que as duas voltassem a ter contato.

“Têm muitos amigos da Rita que perderam o contato com ela. Era dela, ela quis ficar mais com a família e com outros amigos, ela tem todo o direito. Doeu. Doeu. Dói, dói até hoje. A vida se impõe, e eu vou prestar homenagem para a Rita até eu morrer. Curada essa dor na coisa mais aguda dela, o que fica é a menina de 12 anos que pediu para mãe o primeiro vinil, e esse vinil era ‘Fruto proibido’. E ela vai ser sempre para mim o que ela sempre foi como artista e como mulher. Lamento imensamente, eu até queria fazer com ela a resposta para a ‘Pagu’. Ficam as músicas. Sou muito tranquila em relação ao que eu podia fazer. Acho que fui amiga dela até quando ela permitiu”.

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