Em uma movimentação estratégica para ampliar a proteção contra o HPV, o vírus responsável por uma alta incidência de câncer de colo de útero, o Ministério da Saúde do Brasil, liderado pela ministra Nísia Trindade, anunciou uma atualização significativa na campanha de vacinação. A partir de agora, crianças e adolescentes entre 9 e 14 anos serão elegíveis para receber a vacina em uma dose única pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esta medida visa a simplificar o acesso à imunização, encorajando uma maior adesão e facilitando a gestão de estoques da vacina. Grupos específicos, incluindo imunossuprimidos e vítimas de violência sexual, mantêm o esquema anterior de múltiplas doses, garantindo a cobertura adequada para todos os grupos vulneráveis.
Além disso, a ministra Trindade instou a uma mobilização nacional para localizar jovens de até 19 anos não vacinados, com o objetivo de atualizar seu estado vacinal. O Ministério também incluiu pessoas com papilomatose respiratória recorrente (PPR) na lista de prioritários para a vacinação, estendendo a proteção a um grupo antes não contemplado.
A decisão do Brasil de adotar a dose única vem na esteira de recomendações da OMS, que, após revisar as evidências, concluiu que uma única dose é eficaz contra o HPV. Essa mudança é um passo crucial para aumentar a cobertura vacinal no país, onde a adesão ainda está abaixo da meta desejada.
Quem tem direito à dose única?
- Crianças e adolescentes de 9 a 14 anos
- Pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais, como HIV/Aids, transplantados e pacientes oncológicos
- Vítimas de abuso sexual
- Pessoas com papilomatose respiratória recorrente (PPR)
Por que a dose única?
Estudos demonstram que a dose única da vacina contra o HPV é altamente eficaz na prevenção de doenças relacionadas ao vírus em crianças e adolescentes. Essa medida também pode facilitar a logística de vacinação e aumentar a adesão à campanha.
Outras medidas para aumentar a cobertura vacinal
A ministra Nísia Trindade também orientou estados e municípios a realizarem uma busca ativa por jovens de até 19 anos que não receberam nenhuma dose da vacina contra o HPV. O objetivo é atualizar a carteira vacinal dessa população e garantir sua proteção contra o vírus.
O HPV é um dos principais causadores de câncer de colo de útero, uma doença com potencial de erradicação através de vacinação, rastreamento precoce e tratamento efetivo. A inclusão dos meninos no programa de vacinação destaca a importância da prevenção transversal, protegendo não apenas contra o câncer de colo de útero, mas também contra outros tipos de câncer ligados ao vírus.
A vacina quadrivalente, disponível no SUS, protege contra os quatro principais tipos de HPV, enquanto a versão nonavalente, oferecida na rede privada, expande essa proteção. A iniciativa do Ministério da Saúde é um marco na luta contra o HPV no Brasil, mirando na erradicação de cânceres associados ao vírus e na promoção de uma sociedade mais saudável.
