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Recorde de mortalidade por dengue no Brasil

Vacina Dengue
Foto Reproducao

Em uma escalada alarmante da crise sanitária, o Brasil estabelece um novo e trágico recorde na luta contra a dengue. O Ministério da Saúde, através do Painel de Arboviroses, divulgou dados preocupantes que indicam que o país superou todos os marcos anteriores de mortalidade pela doença. Nas primeiras treze semanas de 2024, foram confirmadas 1.116 fatalidades devido à dengue, ultrapassando o pico anterior de 2023, que registrou 1.094 mortes.

Esta tendência crescente não é isolada. O ano de 2022 também foi marcado por um número expressivo de óbitos, com 1.053 casos. A situação atual reflete a maior epidemia já registrada no Brasil em termos de abrangência geográfica, número de casos e, consequentemente, de mortes. “Estamos diante da maior epidemia de dengue em proporções jamais vistas no país”, lamenta Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.

A situação comparada ao mesmo período do ano passado é dramaticamente diferente. Em 2023, até a 13ª semana, foram contabilizadas 388 mortes, enquanto o número de casos confirmados em 2024 já alcança a marca impressionante de 2.963.994. A disparidade ressalta a gravidade do cenário atual e a urgência em abordar a crise.

O especialista Chebabo reitera que as fatalidades por dengue são, na maioria dos casos, evitáveis. “Mortes por dengue não deveriam ocorrer, dado que o tratamento adequado, focado na hidratação, pode prevenir a maioria das complicações”, critica ele, apontando falhas na infraestrutura de saúde em diversos locais.

Apesar do cenário desolador, a Secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, trouxe uma perspectiva de esperança, mencionando que a maioria dos estados brasileiros já passou pelo pico de casos de dengue este ano. Oito estados demonstram uma tendência de queda nos casos, enquanto doze mostram estabilidade.

O combate à dengue é complexo devido à diversidade de sorotipos do vírus, que atualmente circulam simultaneamente pelo país. O sorotipo 1 é o mais prevalente, seguido pelo sorotipo 2. A simultaneidade dos quatro sorotipos foi observada em Minas Gerais, evidenciando a complexidade do cenário epidemiológico nacional.

O governo reage decretando estado de emergência em onze unidades da federação, numa tentativa de mobilizar recursos e atenção para a grave situação.

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