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Casas Bahia anuncia recuperação extrajudicial para reestruturar dívida bilionária

Reprodução Facebook

A Casas Bahia, uma das principais varejistas do Brasil, deu um passo significativo em sua jornada de reestruturação financeira ao anunciar, neste domingo (28), um pedido de recuperação extrajudicial. A medida busca estender o prazo de pagamento de uma dívida que atualmente ultrapassa R$ 4,1 bilhões, refletindo um esforço concertado para solidificar sua saúde financeira em longo prazo.

Detalhes do Plano de Recuperação

A proposta da empresa inclui um plano de alongamento do pagamento das dívidas de 22 meses para um prazo de 72 meses, ou seis anos. Além disso, há uma redução significativa de 1,5 ponto percentual no custo médio do endividamento, o que reflete uma estratégia robusta para lidar com os compromissos financeiros sem comprometer as operações correntes.

Segundo o plano divulgado, os desembolsos até 2027 serão drasticamente reduzidos para menos de R$ 500 milhões, enquanto para os anos subsequentes, os pagamentos aumentarão significativamente, alcançando até R$ 2,6 bilhões em amortizações e R$ 1,9 bilhão em juros até 2030.

Apoio Institucional e Impacto no Fluxo de Caixa

O Grupo Casas Bahia afirmou contar com o apoio dos bancos parceiros, que detêm 54,5% das dívidas, o que sugere uma pré-aprovação do pedido de recuperação. Renato Franklin, CEO do grupo, destacou que a reestruturação é uma jogada estratégica para melhorar o fluxo de caixa da varejista, prevendo um impacto positivo de R$ 4,3 bilhões nos próximos quatro anos, incluindo um ganho de mais de R$ 1,5 bilhão já em 2024.

Carência e Economia

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O processo inclui um período de carência de 24 meses para início do pagamento de juros e de 30 meses para o desembolso principal, representando uma economia estimada de R$ 60 milhões anuais. Essa abordagem permite à empresa um fôlego necessário para reorganizar suas finanças sem pressão imediata.

A Escolha pelo Extrajudicial

Optar pela recuperação extrajudicial, segundo Nadime Geraige, advogada especialista na área, é um processo menos oneroso e mais ágil comparado à recuperação judicial tradicional. Este método não envolve custos com administrador judicial e é menos burocrático, focando na reestruturação de classes específicas de credores.

Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo, ressaltou que a aceitação dos credores ao processo demonstra confiança na capacidade de recuperação da empresa.

A decisão da Casas Bahia de entrar em recuperação extrajudicial é um reflexo de sua busca contínua pela estabilidade financeira e operacional. Este movimento é parte de um plano mais amplo de transformação que incluiu a unificação com a Via (ex-Ponto Frio) e medidas de otimização operacional anunciadas previamente. A medida é vista como um esforço proativo para ajustar as operações da empresa ao ambiente econômico desafiador atual, garantindo sua sustentabilidade a longo prazo.