Inflação do aluguel registra alta em Abril, apesar de queda anual
O Índice Nacional de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como inflação do aluguel, apresentou aumento de 0,31% em abril, interrompendo dois meses consecutivos de queda, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV). Este índice é amplamente utilizado como referência para o reajuste de contratos de locação no Brasil. Apesar do aumento mensal, o IGP-M acumula uma redução de 0,60% no ano e de 3,04% nos últimos 12 meses.
Comparativamente, o índice havia registrado uma queda de 0,47% em março e, no mesmo período do ano anterior, a baixa foi de 0,95%, acumulando um recuo de 2,17% em 12 meses. Este comportamento sinaliza uma desaceleração geral dos preços ao longo do ano passado, contrastando com a recente elevação.
André Braz, pesquisador do Ibre/FGV e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor, destacou que a recente alta foi influenciada principalmente pelo aumento nos preços de commodities essenciais como cacau, que subiu 63,63%, café, com alta de 9,57%, e soja, que reverteu uma queda anterior para um aumento de 5,66%. Por outro lado, o minério de ferro teve uma redução menos acentuada de 4,78%, contribuindo também para a elevação do índice.
Além disso, os alimentos in natura tiveram papel significativo nesta variação, com destaque para o tomate e o mamão, que registraram aumentos de 16,19% e 25,55%, respectivamente.
Com a variação anual ainda negativa, o reajuste dos contratos de locação atrelados ao IGP-M com vencimento em maio não sofrerá alterações significativas, uma vez que o acumulado não pressiona por grandes ajustes. No entanto, é importante que os inquilinos estejam atentos aos indicadores de reajuste especificados nos contratos, uma vez que muitas negociações recentes têm adotado o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, como novo indexador. O IPCA registrou uma alta de 0,16% em março.
O cálculo do IGP-M considera uma gama diversificada de preços, incluindo bens e serviços, além de matérias-primas agrícolas, industriais e de construção civil, diferenciando-se assim da inflação oficial que se baseia em uma cesta de bens para famílias com renda de até 40 salários mínimos.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) é amplamente utilizado como referencial para ajustes de aluguéis e outros contratos no Brasil. Esse índice é composto por três outros índices: 60% do Índice de Preços por Atacado (IPA), 30% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e 10% do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Cada um desses subíndices capta a variação de preços em diferentes segmentos da economia, fazendo do IGP-M um indicador abrangente da inflação.
O IGP-M é calculado mensalmente pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e é particularmente sensível às oscilações de preços no mercado atacadista e na construção civil, além de refletir as mudanças no custo de vida. Devido à sua composição, variações significativas no preço de commodities ou no câmbio podem ter um impacto notável em seu valor.
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