Benefícios

Aplicativos profissionais ajudam a aumentar lucro

Aplicativos profissionais ajudam a aumentar lucro . Embora trabalhadores mais velhos sejam mais propensos a abrir o próprio negócio, devido à experiência ou ao capital acumulado, os jovens, cada vez mais, seguem o mesmo caminho. De acordo com levantamento feito pela consultoria Idados com base na Pnad contínua do 1º trimestre, entre 2012 e 2019, o percentual de pessoas entre 14 e 29 anos que trabalham por conta própria saltou de 37% para 47%. Nesse cenário, os aplicativos que otimizam tarefas e conectam profissionais se multiplicaram e viraram um atalho importante para aumentar o lucro.

É o caso do Homer, app criado pela engenheira de produção Lívia Rigueiral, de 28 anos. A ideia é conectar corretores que têm imóvel para vender ou alugar e os que atendem clientes em busca de um novo lar, para que façam uma parceria segura e fácil.

— Acontecia de uma pessoa procurar um corretor para comprar um imóvel com determinadas características e o profissional tentar vender outro que tinha na carteira, totalmente diferente das exigências. O cliente fugia e o corretor perdia a comissão. No aplicativo, que é totalmente gratuito, criamos um catálogo com opções no Brasil inteiro e um robô busca e recomenda as melhores opções. Os corretores que fazem a venda dividem o lucro e o cliente sai satisfeito — explica.

Lívia, que atua no mercado imobiliário desde 2011, conta que teve a ideia de criar a plataforma porque, antes, as parcerias eram feitas por e-mail, o que dificultava o processo. O corretor imobiliário Filipe Meirelles, de 36 anos, trabalha por conta própria e começou a usar o app em 2016, por causa da crise no setor. Ele conseguiu aumentar o faturamento em 30%:

— Comecei a fazer parcerias em grupos de whatsapp. Mas eram muitas pessoas mandando mensagem o dia inteiro, ficava confuso. No Homer, se tiver chance de parceria, eu vou ver. Não fico mais um mês sem vender, como antes. A tecnologia vem para somar, tanto para o corretor, quanto para o cliente.

O corretor imobiliário Juscelino de Almeida, de 44 anos, mora em Natal (RN) e, mesmo assim, conseguiu vender um apartamento localizado em Ipanema, no Rio de Janeiro, por meio do aplicativo. Ele ainda acrescenta como vantangem não haver riscos para os corretores, já que a ferramenta garante a comissão, caso uma das partes não honre o compromisso.

— Tenho muitos clientes que são de fora: profissionais que vêm transferidos e têm que organizar a vida do zero. Já estava acostumado a vender imóveis aqui na região mas, desde que comecei a usar o Homer, pude expandir os horizontes, porque há um catálogo do Brasil inteiro. Eu tive, em média, aumento de 40% nas vendas. Realizo operações todo mês, o que me dá mais segurança financeira. Há negociações avançadas para imóveis até no Rio Grande do Sul — afirma Almeida.

Outro aplicativo criado para aumentar resultados de profissionais é o Data Laywer. Além de realizar a gestão de escritórios de advocacia, o app disponibiliza um laboratório de Inteligência Artificial com um enorme banco de dados a respeito de decisões anteriores sobre diversos temas.

— Num ambiente de extrema competitividade, com 1,5 milhão de advogados no Brasil, o Data Laywer oferece previsibilidade de decisão. Processos trabalhistas, por exemplo, têm tempo médio de três anos no Rio e um ano e meio em São Paulo. É possível comparar entendimentos de juízes sobre o tema — diz Caio Santos, fundador da empresa.

Conexão direta com clientes

Após sair de um emprego formal, Lajara Graciano, de 31 anos, começou a oferecer atendimentos de beleza pela Singu, plataforma que conecta clientes de manicure, pedicure, depilação e massagem a profissionais que realizam serviço em domicílio. A designer de unhas não imaginava que poderia, por meio de um software, conciliar os afazeres domésticos e ainda gerar renda média de R$ 4 mil por mês.

O aplicativo cobra das profissionais uma taxa de 35% a 40% e conta com mais de 200 mil usuários nas cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Também há soluções tecnológicas que oferecem capacitação, como a plataforma digital da Rede Asta, direcionada para artesãs. A aposentada Jacqueline Ramos, que mora em Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio, começou a confeccionar artesanatos em crochê e bordado para complementar a renda. Após a orientação, com o apoio da filha Beatriz Pereira, de 25 anos, as vendas de três peças que rendiam cerca de R$100 por mês se expandiram e, hoje, garantem uma renda de R$ 3 mil.

— Prevemos uma margem que cubra custos com aluguel, transporte e embalagem e não perdemos tempo decidindo o preço de cada peça — explica Beatriz.

Para o coordenador de desenvolvimento mobile do Infnet, Hallison Paz, ainda que jogos representem a maioria dos apps, há uma tendência crescente de tecnologias voltadas para as áreas de direito, educação, mercado pet e beleza.

Resultados de exames saem em 15 minutos

A saúde é uma das áreas mais contempladas por novos aplicativos. Por meio do Hilab, por exemplo, é possível receber o resultado de testes laboratoriais em até 15 minutos pelo celular.

— Exames não precisam ser feitos com punção venosa. Cedemos ao médico um aparelho com o qual é possível fazer a punção digital, semelhante à de testes glicêmicos. O teste rápido permite que a conduta seja imediata e dispensa a consulta para a análise de exame. Ainda há a vantagem de não necessitar de tubos e seringas, o que barateia o custo — explica o diretor médico da Hi Technologies, Bernando Montesanti.

O custo de um exame particular para detectar Zika Virus é, em média, de R$ 600. Com o Hilab, é possível pagar R$ 200. Nesse serviço laboratorial, há desde os testes de rotina, como glicemia, hemoglobina glipada, perfil lipídico, Beta-HCG, até os testes para hepatite C e HIV. Além de consultórios médicos, a tecnologia pode ser usada também em farmácias.

— Há um milhão de pessoas no Brasil que têm hepatite C e não sabem. São doenças silenciosas. Ao ampliar o acesso e facilitar o exame, facilitamos o diagnóstico e o encaminhamento para tratamento necessário — defende o diretor médico.

Entenda como funciona:

Hilab: serviço de exames laboratoriais da Hi Technologies, empresa de Tecnologia em Saúde. Oferece testes remotos 24 horas para farmácias, clínicas e consultórios médicos e outros estabelecimentos de saúde em todo o Brasil. A coleta é feita com apenas algumas gotas de sangue da ponta do dedo e, depois em 15 minutos, o resultado fica disponível pelo aplicativo.

Homer: A plataforma gratuita é exclusiva para corretores e conecta aqueles que têm um imóvel para vender ou alugar com outros que atendem demandas de clientes, formando uma grande base de dados. Quando há interesse de negociação, os corretores dão match e podem conversar pelo aplicativo. Se o contrato for fechado, devem dividir a comissão.

Data Lawyer: Aplicativo que possui uma enorme base de dados de processos. Sendo assim, é possível analisar a jurisprudência de casos, observar decisões anteriores de juízes em específico e saber o tempo médio para conclusão de um processo em determinada região. Seu público-alvo são escritórios de advocacia e a mensalidade varia entre R$ 300 e R$ 600.

Singu: A plataforma conecta pessoas interessadas em trabalhos de manicure, pedicure, depilação e massagem à profissionais especializadas que realizam o serviço em domicílio. Há cobrança de taxa por serviço que pode variar de 35% a 40%. Aplicativo possui mais de 200 mil clientes nas capitais do Rio de Janeiro e São Paulo.

Asta: Plataforma gratuita com cerca de três mil usuários, entre lojistas, designers, estilistas, restaurantes, hotéis e empreendedores de todo o país, sendo 85% do sexo feminino. Criado para transformar artesãs em empreendedoras, com o desenvolvimento de produtos a partir do reaproveitamento de resíduos e baseando-se no comércio justo. Ainda não é cobrada nenhuma taxa sobre a venda das peças, nem mensalidade para os usuários.

To Top