Economia

Via Varejo encontra indícios de fraude contábil de R$ 1 bilhão em balanços

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Via Varejo informou aos acionistas nesta quinta-feira (12) que encontrou indícios de fraudes contábeis em balanços da companhia.
A possível fraude pode variar de R$ 1,05 bilhão a R$ 1,2 bilhão, segundo comunicado da companhia ao mercado.
O impacto nos resultados do quarto trimestre pode variar de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão.
A dona de Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com diz que a companhia está adotando providências para apurar com auditores independentes o valor total dos ajustes contábeis.
A companhia está passando por uma fase de reestruturação desde que Roberto Fulcherberguer, novo presidente, assumiu o controle em junho, por indicação de Michael Klein, filho do fundador da Casas Bahia. No mesmo mês, os Klein compraram as ações do GPA, que controlava a Via.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Fulcherberguer disse que o atual momento é o de “por a casa no lugar”, tanto a operação digital quanto as lojas físicas, que estão sendo reformadas. Desde que assumiu o posto na companhia, as ações da empresa valorizaram mais de 100% na Bolsa.
O impacto no patrimônio líquido no próximo balanço pode ser de R$ 800 milhões a R$ 940 milhões.
“Como consequência, espera-se que os referidos ajustes gerarão um efeito caixa na companhia no decorrer dos próximos três a quatro anos”, afirmou no documento enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A companhia apura o caso com uma consultoria independente desde 13 de novembro, quando recebeu uma denúncia anônima sobre as supostas irregularidades. Os auditores foram contratados pela nova administração, que assumiu em junho.
A Via Varejo diz que detectou indícios de fraude por manipulação de provisão trabalhista (reserva para pagamento, entre outros, de rescisões e processos trabalhistas) e por adiamento indevido na baixa de ativos e na contabilização de passivos. 
Também reportou que descobriu falhas de controles internos que poderiam resultar em erros materiais em contas contábeis.
Segundo o documento enviado à CVM, já foram identificados ajustes relevantes da ordem de R$ 200 milhões referentes a créditos fiscais e outras provisões. Também foram apurados créditos fiscais de cerca de R$ 600 milhões referentes a PIS/Cofins e ICMS.
Nos resultados do terceiro trimestre, quando reportou prejuízo de R$ 386 milhões, a companhia informou que conduzia a investigação.
A empresa afirma que não vai comentar o caso.
As ações da varejista caíram 3,10% no aftermarket (negociações após o fechamento do mercado) desta quinta, cotadas a R$ 10.
No pregão do dia, elas fecharam com alta de 8,2%, a R$ 11,17.
Na Black Friday, a empresa faturou R$ 1,1 bilhão em um dia.

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