Agro

Espectro de “vaca louca” mantém cautela da UE com norma alimentar; desafia EUA

Por Philip Blenkinsop

BRUXELAS (Reuters) – O espectro da crise da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da vaca louca, nos anos 90, significa que a União Europeia provavelmente rejeitará as exigências norte-americanas de flexibilizar regras específicas de segurança alimentar, mesmo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçando impor tarifas para carros se países da UE não começarem a importar mais produtos agrícolas norte-americanos.

Com as exportações europeias de alimentos para os Estados Unidos chegando a 12 bilhões de dólares por ano a mais do que as importações, o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, disse à União Europeia no mês passado que ela deveria adaptar seus regulamentos alimentares para refletir a “ciência sólida”.

No entanto, os europeus que se lembram da EEB não aceitarão nenhuma redução nos padrões alimentares e nenhum político pode apoiar um acordo comercial dessa maneira, disse Johan Bjerkem, especialista em comércio do Centro de Políticas Européias.

Trump, que há muito se queixa de que a posição da União Europeia no comércio é “pior que a China”, disse na segunda-feira que estava avaliando a questão sobre a Europa, aumentando a perspectiva de uma nova guerra comercial.

A União Europeia proíbe a importação de carne de animais tratados com hormônios do crescimento ou de aves lavadas com ácido peracético, frequentemente apelidado de ‘frango clorado’. Ambos são práticas agrícolas padrão dos Estados Unidos.

Washington aponta inconsistências –as folhas de salada da Europa são lavadas regularmente com cloro– e diz que as regras da União Europeia são uma cortina de fumaça para o protecionismo.

A doença da vaca louca, transmitida aos seres humanos e resultante do gado ser alimentado com restos de outros animais, levou à proibição mundial das exportações britânicas de carne bovina e ao abate de milhões de animais. Isso e outros escândalos alimentares, como a dioxina na alimentação animal na Bélgica, levaram à fundação da European Food Safety Authority (EFSA) em 2002, destacando a abordagem de segurança em primeiro lugar.

(Reportagem de Philip Blenkinsop)

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