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Carga de energia do Brasil deve cair 8% em abril por coronavírus, estima ONS

SÃO PAULO (Reuters) – Carga de energia do Brasil deve cair 8% em abril por coronavírus, estima ONS. A carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil deve ter recuo de 8,1% em abril, apontou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta sexta-feira, na primeira projeção para o mês, em meio a impactos do coronavírus sobre a demanda.Baixe o Aplicativo Gratuito do Portal Mix Vale

O maior recuo, de 10%, deve acontecer na região Sudeste, enquanto o menor é previsto no Norte, onde a retração na comparação com mesmo mês do ano passado deve ser de apenas 1,8%.

No Sul, o ONS espera queda de 7,1% na carga, enquanto no Nordeste deve haver redução de 5,5%, de acordo com boletim divulgado nesta sexta-feira.

Desde o agravamento da epidemia no Brasil, em meados deste mês, medidas de isolamento adotadas por governos e prefeituras têm levado a carga de energia a registrar durante a semana níveis geralmente vistos aos sábados e domingos antes da disseminação do vírus.

CHUVAS

O órgão do setor elétrico projetou ainda a continuidade do clima seco na região Sul do país, onde as chuvas na região das hidrelétricas devem representar apenas 25% da média histórica no próximo mês.

No Sudeste, no entanto, onde estão as hidrelétricas com maiores reservatórios, as precipitações devem alcançar 88% da média, enquanto a redução na demanda deve ajudar a recuperar o nível de armazenamento das represas.

O ONS projetou que as hidrelétricas do Sudeste devem terminar abril com 57,5% da capacidade, contra 50% atualmente. No Nordeste, a previsão é ainda mais otimista, e aponta para 88% da capacidade ao final do mês, contra 77,7% atuais.

Com a redução na carga e as boas chuvas, o ONS projetou um custo marginal de operação (CMO) zero para a primeira semana de abril em todas regiões do país, o que indica acionamento mínimo de termelétricas para atender à demanda.

Para a atual semana, o CMO havia sido apontado pelo ONS em 101,80 reais por megawatt-hora no Sudeste e 202,69 reais no Sul, enquanto Norte e Nordeste já tinham custo operativo zero.

Com custo marginal zerado, os preços spot da eletricidade, ou Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), devem ficar no patamar mínimo definido pela regulação, de cerca de 39 reais por megawatt-hora.

O PLD é utilizado em transações de curto prazo no mercado de eletricidade, com alguma influência sobre preços no mercado livre, no qual grandes clientes negociam contratos de suprimento diretamente com geradores e comercializadoras.

(Por Luciano Costa)

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