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Açúcar fecha 1º tri com queda de 20%, pressionado pelo petróleo; café resiste

NOVA YORK/LONDRES (Reuters) – Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na ICE fecharam em baixa nesta terça-feira, terminanedo o primeiro trimestre com perdas de 20%, diante de temores de que as quedas nos preços da energia façam com que usinas do Brasil destinem mais cana à produção do adoçante, em detrimento do etanol.

Enquanto isso, o café avançou, à medida que preocupações com a cadeia de oferta continuam em meio aos isolamentos (“lockdowns”) por causa do coronavírus.

AÇÚCAR

* O contrato maio do açúcar bruto fechou em queda de 0,31 centavo de dólar, ou 2,9%, a 10,42 centavos de dólar por libra-peso, o que assegurou perdas de mais de 20% no acumulado do primeiro trimestre.

* Duas das maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil –Raízen e BR Distribuidora– afirmaram na segunda-feira que estão reduzindo a quantidade de etanol a ser comprado de fornecedores locais, para que se ajustem à queda na demanda em meio ao lockdown pelo coronavírus na maior economia da América Latina.

* Operadores estão dobrando as apostas de que o Brasil vai ampliar a fabricação de açúcar, deixando de lado temores de que as medidas de isolamento possam causar escassez de mão de obra que interrompam eventualmente a produção.

* “Se a safra brasileira for comprometida na tentativa de se produzir açúcar e evitar o etanol, o mercado do açúcar sentirá uma ruptura”, disse um operador nos Estados Unidos.

* O açúcar branco para maio recuou 3 dólares, ou 0,9%, a 353,10 dólares por tonelada.

CAFÉ

* O contrato maio do café arábica fechou em alta de 0,25 centavo de dólar, ou 0,2%, a 1,1955 dólar por libra-peso, avançando 7% no trimestre, o que faz dele um dos poucos ativos de commodities do mundo com cenário positivo no período.

* Recentemente, o arábica tem sido apoiado pela formação de estoques em alguns dos principais países consumidores, além de preocupações operacionais relacionadas ao coronavírus no Brasil.

* Um operador disse que os preços futuros relativamente fortes e o enfraquecimento de moedas de países produtores estão impulsionando vendas pelos cafeicultores.

* O café robusta para maio recuou 17 dólares, ou 1,4%, para 1.186 dólares por tonelada.

(Reportagem de Marcelo Teixeira e Maytaal Angel, com reportagem adicional de Gabriel Araujo, em São Paulo)

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