Agro

Açúcar bruto e café arábica caem na ICE com moeda brasileira tocando mínima recorde

NOVA YORK/LONDRES (Reuters) – Os contratos futuros do açúcar bruto e do café arábica fecharam em queda nesta sexta-feira, pressionados por nova desvalorização da moeda do Brasil, principal exportador, o que torna os preços de commodities denominadas em dólar mais atrativos e pode desencadear vendas por produtores brasileiros.

O real tocou uma mínima recorde contra o dólar nesta sexta-feira.

AÇÚCAR

* O contrato maio do açúcar bruto fechou em queda de 0,11 centavo de dólar, ou 1,1%, a 9,73 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento de primeiro mês chegou a tocar a marca 9,55 centavos no início da semana, menor nível desde junho de 2008.

* Operadores disseram que a forte depreciação do real torna as exportações de açúcar ainda mais atrativas para as usinas brasileiras na comparação com as vendas de etanol, em reais, em um momento de baixa demanda pelo combustível.

* “O enfraquecimento ainda maior da moeda apenas aumenta a tendência de maior produção de açúcar”, disse um trader de São Paulo.

* O conglomerado de energia e logística Cosan disse esperar que algumas empresas brasileiras do setor sucroalcooleiro enfrentem uma situação financeira desafiadora devido à baixa demanda por etanol e a queda nos preços do adoçante.

* O açúcar branco para agosto recuou 4,60 dólares, ou 1,4%, para 317,40 dólares por tonelada.

CAFÉ

* O contrato julho do café arábica fechou em queda de 5,65 centavos de dólar, ou 5%, a 1,0675 dólar por libra-peso, o menor nível em um mês.

* Operadores mencionaram que a demanda tem sido impulsionada por uma formação inicial de estoques por consumidores diante de quarentenas adotadas em decorrência da pandemia de coronavírus, mas que o foco está mudando para o impacto de longo prazo do vírus sobre o crescimento econômico.

* O enfraquecimento do real também impulsiona vendas antecipadas de cafeicultores do Brasil, que estão recebendo bons preços por seu produto, se considerados valores na moeda local.

* O café robusta para julho recuou 6 dólares, ou 0,5%, para 1.144 dólares por tonelada.

(Reportagem de Nigel Hunt e Marcelo Teixeira)

tagreuters.com2020binary_LYNXNPEG3N26J-BASEIMAGE

To Top