Africa

Opep+ pressiona por maior nível de comprometimento com cortes de oferta

Por Rania El Gamal e Alex Lawler e Olesya Astakhova

DUBAI/LONDRES/MOSCOU (Reuters) – A demanda global por petróleo deve retomar os níveis pré-pandemia já no quarto trimestre de 2020, disse nesta quarta-feira o ministro de Energia da Arábia Saudita, que também cobrou um maior comprometimento da Opep e de seus aliados com os cortes de oferta que o grupo tem promovido para sustentar os preços da commodity.

As declarações foram feitas no momento em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados como a Rússia, que formam o grupo conhecido como Opep+, iniciavam um encontro para avaliar os níveis de adesão ao acordo.

“Com base nas projeções médias de diversas instituições, incluindo Opep, AIE e IEA, é estimado que o mundo atingirá durante o quarto trimestre cerca de 97% da demanda por petróleo pré-pandemia –o que é uma grande recuperação frente às quedas enormes de abril e maio”, disse o príncipe Abdulaziz bin Salman.

O rascunho de um comunicado da Opep+, visto pela Reuters, indicou que uma segunda onda prolongada da pandemia de coronavírus é um grande risco para a recuperação do mercado de petróleo.

Fontes da Opep+ afirmaram que o grupo não deve alterar sua política de produção, que estabelece atualmente um corte de 7,7 milhões de barris por dia (bpd), ante a redução recorde de 9,7 milhões de bpd que ocorria até este mês.

Outras fontes disseram que a reunião abordaria especialmente o comprometimento de países como Iraque, Nigéria, Angola e Cazaquistão com o acordo.

Em termos proporcionais, eles tiveram menor conformidade com os cortes de oferta do que membros como a Arábia Saudita, e agora precisam compensar o excesso de produção visto em maio e junho com reduções mais profundas de oferta de julho a setembro.

“É muito importante manter a conformidade total”, disse o ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, que testou positivo para o coronavírus e participou da reunião diretamente de sua casa.

“Devemos nos esforçar para deixar para trás esse regime de compensação temporária, eliminando até o final de setembro todo o excesso de produção do passado”, acrescentou o príncipe Abdulaziz.

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