França vende mais trigo e cevada à China apesar de safra fraca
Por Gus Trompiz e Michael Hogan e Hallie Gu
PARIS (Reuters) – A forte demanda chinesa por trigo e cevada da França tem continuado nesta temporada, com a busca da China por importações de grãos e uma disputa comercial do país oriental com a Austrália ajudando a impulsionar vendas da França mesmo após uma safra decepcionante, disseram analistas e operadores de mercado.
Para o trigo, estima-se que cerca de doze navios panamax foram agendados para embarques à China no primeiro semestre da temporada 2020/21 que começou em julho, o que representa cerca de 700 mil toneladas, disseram operadores, com alguns estimando as vendas em ao menos 1 milhão de toneladas.
Até o momento, cerca de 200 mil toneladas de trigo da França já foram embarcados ou estão para serem enviados, segundo dados de portos.
“A demanda da China continua dinâmica no início da nova temporada”, disse Nathan Cordier, da consultoria Agritel.
“Ainda bem que a China está lá, porque nós não estamos exportando muito trigo para outros lugares”, acrescentou.
Operadores dizem que o apetite da China pelo trigo da França está associado a um esforço para usar mais de sua cota de importação de trigo após uma decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a um desejo de diversificar o suprimento após disputas comerciais com fornecedores como os Estados Unidos.
Mas o teto da cota chinesa de importações e os preços pouco competitivos da oferta francesa podem manter as exportações de trigo do país europeu abaixo do volume de 2019/20 de cerca de 1,6 milhão de toneladas, segundo os operadores.
Na cevada, quase 700 mil toneladas já foram enviadas ou estão para sair da França para a China.
Se incluídas cargas com envio posterior, operadores estimam as vendas de cevada da França em ao menos 1 milhão de toneladas no primeiro semestre da temporada, caminhando para atingir o volume de 1,5 milhão de toneladas da temporada anterior.
O anúncio em maio pela China de uma tarifa proibitiva sobre a cevada da Austrália impulsionou as vendas francesas tanto da cevada usada para fabricação de ração quanto da utilizada para cerveja.
