Agro

Subsídios a agricultores dos EUA atingem recorde antes de eleição

Por Mark Weinraub

CHICAGO (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está garantindo um grande ano aos agricultores às vésperas da eleição de 3 de novembro, graças a subsídios governamentais recordes projetados para atingirem mais de um terço da renda agrícola em 2020.

Os programas de ajuda podem ser essenciais para as chances de sucesso de Trump em Estados-chave como Wisconsin, Ohio, Iowa e Minnesota.

Tais Estados são muito disputados porque sua população pode pender para republicanos ou democratas e desempenha um papel decisivo nas eleições presidenciais.

Os agricultores deram uma grande vantagem ao presidente republicano na votação de 2016.

Trump tem contado com este apoio para suportar as guerras comerciais duras que seu governo travou com parceiros norte-americanos fundamentais desde que ele tomou posse.

Represálias da China e de outros parceiros comerciais às tarifas de Trump a importações levaram a uma perda de exportações agrícolas de bilhões de dólares.

Os pagamentos do governo, que vão de indenizações de seguro para colheitas de longo prazo a novos programas que compensam agricultores por vendas perdidas durante a guerra comercial EUA-China, aumentaram em cada ano da presidência de Trump.

Os agricultores dizem que também sofreram com a diretriz de Trump de isentar algumas refinarias de petróleo das exigências de misturar etanol em seu combustível, o que reduziu a procura pelo milho usado na produção deste biocombustível.

O desafiante democrata, Joe Biden, e sua vice de chapa, a senadora Kamala Harris, capitalizaram a questão do biocombustível e prometeram uma abordagem mais multilateral para o comércio internacional, mas para muitos agricultores os subsídios são motivo suficiente para votar novamente em Trump.

“Sinto que somos ouvidos pela gente que está formulando políticas para o campo”, disse Roger Hadley, que cultiva cerca de 400 hectares de milho e soja no nordeste do Indiana.

“Tenho muito receio de que, se (a chapa) Biden-Harris se eleger… não tenho confiança de que cuidarão de nós tão bem, ao menos no curto prazo.”

Inicialmente, os agricultores pediram a Trump “comércio, não ajuda”, em 2018, mas desde então receberam vários pacotes de socorro financeiro –apesar das iniciativas de estímulo de contrapartida à Covid-19 para milhões de outros norte-americanos terem travado no Congresso.

Com o mais recente pacote de ajuda agrícola de 14 bilhões de dólares anunciado em Wisconsin em 17 de setembro, os pagamentos federais aos agricultores devem atingir um recorde de 51,2 bilhões de dólares este ano.

A participação da ajuda do governo na receita líquida dos agricultores aumentará para 39,7%, a maior em 20 anos.

tagreuters.com2020binary_LYNXMPEG9I1E6-BASEIMAGE

To Top