Celebridades

Escultura de vagina gigante alimenta guerra cultural no Brasil

Por Fabio Teixeira

RIO DE JANEIRO (Thomson Reuters Foundation) – Uma enorme escultura de uma vagina em uma encosta de Pernambuco tem alimentado uma guerra cultural entre esquerdistas e conservadores no país –incluindo aliados próximos do presidente Jair Bolsonaro.

Chamada de “Diva”, a escultura de concreto e resina de 33 metros da artista Juliana Notari está localizada em uma antiga usina de açúcar que foi transformada em um museu a céu aberto no município de Água Preta (PE).

Ao apresentar a instalação na semana passada, Notari disse se tratar de uma escavação “em formato de vulva/ferida”, com a qual questiona a relação entre natureza e cultura em uma “sociedade ocidental falocêntrica e antropocêntrica”.

“Atualmente essas questões têm se tornado cada vez mais urgentes”, escreveu ela em sua página no Facebook, acompanhada por uma série de fotos da enorme escultura vermelha brilhante, que uma equipe de 20 artesãos levou 11 meses para fazer.

A obra de arte desencadeou um debate acalorado nas redes sociais, com mais de 25.000 pessoas comentando a postagem de Notari no Facebook –tanto apoiadores quanto críticos do trabalho.

“Com todo o respeito, não gostei. Imagine eu caminhando com minhas filhas neste parque e elas perguntando … Papai, o que é isso? O que vou responder?”, escreveu um usuário.

Em resposta, uma mulher escreveu: “Com todo o respeito, você pode ensinar suas filhas a não ter vergonha da sua própria genitália.”

Guru político de Bolsonaro, Olavo de Carvalho criticou no Twitter o trabalho de Juliana Notari –aparentemente propondo uma escultura de pênis gigante como forma de desafiá-lo.

Seus comentários atraíram quase 700 retuítes, muitos deles carregados de críticas contra o pessoal de esquerda.

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