Economia

Aprovação de reformas não será fácil neste ano, diz Azimut Brasil

O governo não tem uma base “supersólida” que respalde expectativa de aprovação “de tudo da agenda de reformas”, e o caminho para tal não será fácil, disse Helena Veronese, economista-chefe na Azimut Brasil Wealth Management, para quem a lua de mel do mercado com o Congresso não acabou porque sequer chegou a começar.

“A eleição do Congresso não necessariamente implica aprovação automática das reformas. O governo vai sempre precisar manter um poder de negociação”, afirmou a economista.

Nos últimos dias os ativos brasileiros reagiram negativamente a declarações das lideranças do Congresso sobre volta do auxílio emergencial sem necessariamente aprovação de contrapartidas fiscais, o que elevou temores de criação de mais despesas e de consequente furo do teto de gastos.

Veronese acredita que neste ano as PECs Emergencial e da reforma administrativa sejam aprovadas, com maior probabilidade para a primeira. “Não estou acreditando em muito mais reformas neste ano, não”, afirmou.

O maior risco neste momento, segundo ela, continua a ser uma ruptura “pé na jaca” do teto de gastos. “O risco é um fiscal muito frouxo. Se não aprovar reforma, vai ser ruim, mas isso teria menos impacto do que a ruptura do teto.”

A economista antecipou seu cenário de início de normalização da política monetária para maio –antes esperava no segundo semestre. Com os dados mais fracos do IPCA de janeiro e de varejo de dezembro divulgados nesta semana, Veronese não vê como provável elevação dos juros já na reunião do mês que vem.

A previsão da Azimut é que a Selic feche o ano em 3,5%, ante 3,25% da estimativa anterior.

(Por José de Castro)

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