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Um dia após fim da COP26, ministro não comenta dados de desmatamento do Brasil

FRANKFURT, ALEMANHA (FOLHAPRESS) – Um dia após o fim da COP26, conferência sobre mudanças climáticas da ONU, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, se limitou a dizer que “todo crime tem que ser combatido” quando questionado sobre o novo recorde de desmatamento registrado em outubro na Amazônia.

O dado foi divulgado na sexta-feira (12). Na data, ele disse à imprensa em Glasgow, cidade escocesa que sediou o evento, que não havia acompanhado os números, por estar “focado nas negociações”. O encontro mundial, inicialmente marcado para acabar na sexta, foi prolongado até este sábado (13).

“Devo ter uma reunião com o ministro Anderson [Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública], porque todo crime tem que ser combatido e a gente vai aumentar a Força Nacional, Polícia Federal, Ibama e ICMBio”, afirmou Leite neste domingo (14), enquanto esperava em Frankfurt, na Alemanha, para embarcar em um voo para São Paulo.

“Essa semana, voltando para o Brasil já devo fazer uma reunião com ele para aumentar a presença [da fiscalização]”, afirmou. Leite, porém, não comentou a alta de 5% na área desmatada no mês, um total de 877 km². O número é o maior para o período desde 2016, segundo dados do sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

O ministro considera a participação brasileira na conferência um sucesso, devido à aprovação do modelo de mercado de carbono criado pelo ministério –mas apresentado pelo Japão. Segundo ele, os japoneses apresentaram o texto por uma “estratégia de negociação”. O país asiático blindou a proposta da crise de credibilidade enfrentada pelo Brasil.

“Agora, a gente vai ter uma estratégia para gerar crédito de várias formas”, declarou. O mercado de carbono funciona com uma troca: países e empresas que conseguem reduzir emissões podem vender créditos para que outros possam alcançar as suas metas. Ele se disse, porém, decepcionado com a posição das nações desenvolvidas em relação ao financiamento climático.

“Infelizmente, os países ricos não vieram preparados para aquilo que eles deviam ter vindo, com mais volume [de verba] para os países mais frágeis. O Brasil, como a economia forte que é, entende que os recursos têm que ir para os mais frágeis mesmo e tem muita gente precisando de recurso para fazer a transição para uma economia verde”, afirmou.

A repórter Jéssica Maes viajou a Glasgow como parte da 2021 Climate Change Media Partnership, uma bolsa de jornalismo organizada pela Internews ‘Earth Journalism Network e pelo Stanley Center for Peace and Security.

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