Asia

Coreia do Norte realiza testes com mísseis de maior alcance desde 2017

Por Josh Horwitz e Cynthia Kim

SEUL (Reuters) – A Coreia do Norte realizou seu maior teste de mísseis desde 2017 neste domingo, enviando o que pareceu ser um míssil balístico de alcance intermediário para o espaço, em um episódio que coloca o país a um passo de retomar seus testes de longo alcance.

O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul informou que um projétil que parece ter sido um único míssil balístico foi lançado por volta das 7h52 no horário local (19h52 no horário de Brasília) da província de Jagang, na Coreia do Norte, em direção ao oceano e pela costa leste do país.

O Conselho de Segurança Nacional da Coreia do Sul, o NSC (na sigla em inglês), que convocou uma rara reunião de emergência presidida pelo presidente Moon Jae-in, disse que o teste pode ter sido realizado com um míssil balístico de alcance intermediário (o IRBM, na sigla em inglês), que a Coreia do Norte não testa desde 2017.

O lançamento deixa a Coreia do Norte a um passo de eliminar totalmente uma moratória autoimposta para testar seus mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) de maior alcance, disse Moon.

Ele observou que a enxurrada de testes de mísseis deste mês remete ao ano de 2017, quando houve um aumento nas tensões entre os dois países, a Coreia do Norte realizou vários testes nucleares e lançou mísseis de maior alcance, incluindo alguns que sobrevoaram o Japão.

O líder norte-coreano Kim Jong Un disse que não está mais vinculado a essa moratória, que incluía a interrupção dos testes de armas nucleares e que havia sido anunciada em 2018 em meio a uma enxurrada de encontros diplomáticos com o então presidente norte-americano Donald Trump.

O governo da Coreia do Norte sugeriu este mês que poderia reiniciar as atividades porque os Estados Unidos e seus aliados não mostravam sinais de que abandonariam suas “políticas hostis”.

“Os Estados Unidos condenam essas ações e pedem à Coreia do Norte que se abstenha de novos atos desestabilizadores”, disse o Comando Militar do Indo-Pacífico dos EUA em comunicado após o lançamento deste domingo.

Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que o lançamento reforçou a ameaça representada pelas armas ilegais de destruição em massa e os programas de mísseis balísticos da Coreia do Norte, e pediu que o país volte a se engajar na diplomacia.

“É uma provocação”, disse a emissária dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, em entrevista à ABC. Washington se ofereceu para realizar conversas com a Coreia do Norte sem pré-condições, disse ela.

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