Asia

Diplomatas e espiões dos EUA podem ter sido alvos de pulsos de energia eletromagnética

Por Jonathan Landay

WASHINGTON (Reuters) – Cerca de 1.000 diplomatas e agentes de inteligência dos Estados Unidos atingidos por uma misteriosa doença conhecida como Síndrome Havana podem ter sido alvo de pulsos de energia eletromagnética, segundo relatório da área de inteligência dos EUA divulgado na quarta-feira.

“Pulsos de energia eletromagnética, particularmente na frequência de rádio, explica” as dores de ouvido, vertigem e outros sintomas reportados por diplomatas dos EUA na capital cubana em 2016, disseram especialistas de dentro e fora do governo norte-americano.

O painel de especialistas foi reunido pela diretora de Nacional de Inteligência, Avril Haines, e pelo vice-diretor da CIA, David Cohen.

A combinação de sintomas “não pode facilmente ser explicada por condições conhecidas do ambiente ou médicas” do conjunto das vítimas. O número preciso dos afetados pelo problema não foi revelado pelo relatório.

Casos foram reportados na Rússia, China, Tajiquistão e em alguns países africanos.

As descobertas ecoam um estudo de 2020 da Academia Nacional de Ciências e vêm após um relatório da CIA, agência de espionagem dos EUA, que concluiu que é improvável que a Rússia ou outro adversário estrangeiro esteja por trás dos chamados “incidentes anômalos de saúde”.

O relatório da CIA, porém, afirma que há cerca de duas dezenas de casos dentre os 1.000 que continuam sem explicação.

O levantamento não entra na questão de responsabilidades. Mas as conclusões provavelmente vão alimentar frustrações entre antigas e atuais autoridades dos EUA que não têm explicação clara sobre seus sintomas crônicos.

“Não estamos buscando atribuir o problema a algum adversário ou ator estrangeiro. Estamos focando no mecanismo que causa o problema”, afirmou a jornalistas uma fonte da inteligência dos EUA com conhecimento do assunto.

Eric Lander, diretor do gabinete de Políticas para Ciência e Tecnologia da Casa Branca, afirmou que o painel de especialistas trabalhou por quase nove meses e foi o primeiro de vários grupos a ter tamanho acesso a “dados de inteligência e de pacientes”.

Ao relatar que “pulsos de energia eletromagnética” podem ser a causa do problema, o painel afirmou que “lapsos de informações existem” mas há várias formas plausíveis para que os pulsos tenham sido gerados.

Tais formas permitem dispositivos que “podem ser escondidos e que precisam de fonte de energia moderada”, diz o relatório. “Usando antenas e técnicas não convencionais, os sinais podem ser propagados com pouca perda de energia” pelo ar e por construções.

Indivíduos acidentalmente expostos a sinais de energia eletromagnética – que incluem ondas de rádio, microondas e raios X – têm relatado “sensações” similares aos relatados pelas vítimas da Síndrome de Havana, afirma o relatório.

O ultrassom pode ser responsável pelos sintomas, mas apenas se a vítima estiver próxima do feixe porque os ultrassons “têm dificuldade em se propagar pelo ar e por construções”, afirma o relatório.

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