Polícia da Tunísia fecha escritórios do Supremo Conselho Judicial
Por Tarek Amara
TÚNIS (Reuters) – A polícia da Tunísia fechou o prédio do Supremo Conselho Judicial, disse o chefe do órgão à Reuters nesta segunda-feira, e o presidente Kais Saied prometeu não interferir no Judiciário um dia depois de dissolver o conselho, acusando seus membros de parcialidade e corrupção.
Saied vem consolidando seus poderes desde meados do ano passado, quando suspendeu o Parlamento, demitiu o primeiro-ministro e disse que poderia governar por decreto. Ele tem se tornado cada vez mais crítico do Judiciário.
“Asseguro a todos na Tunísia e no exterior que não vou interferir no Judiciário. Não vou interferir em nenhum caso ou nomeação. Não quero controlar todo o poder”, disse Saied em um discurso.
Ele acusou os juízes de lealdade a facções políticas e citou casos que estão nos tribunais há anos sem veredictos.
Críticos chamaram a tomada quase total do poder de Saied de golpe, com associações de juízes acusando-o de ato ilegal que mina a independência judicial.
“O presidente passou para o estágio de tomada de instituições. O que está acontecendo é muito perigoso e ilegal”, disse o chefe do conselho, Youssef Bouzakher.