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Lado a lado, colegas de apartamento ucraniana e russa protestam pela paz

Por Horaci García e Nacho Doce

BARCELONA (Reuters) – A estudante ucraniana Daria Dremliuga e sua colega de apartamento russa foram morar juntas no verão passado, sem imaginar que apenas alguns meses depois estariam realizando uma passeata por sua nova cidade, Barcelona, ​​para exigir que a Rússia acabe com a guerra.

A vida de Dremliuga virou de cabeça para baixo na semana passada, quando a Rússia desencadeou um bombardeio implacável em sua cidade natal, Kharkiv, a segunda maior da Ucrânia.

“Vivíamos em paz, estávamos felizes antes que eles viessem e bombardeassem nossas casas”, disse Dremliuga, uma estudante de administração de 24 anos, enquanto se preparava para participar de uma manifestação antiguerra com sua colega de apartamento Daria Gorokhova.

“Minha cidade… está sendo destruída… não sei quantos anos levará para ser reconstruída… e a culpa é de um homem.”

O irmão, a irmã, a mãe e o padrasto de Dremliuga, para quem ela liga e manda mensagens regularmente, ainda estão na Ucrânia, buscando abrigo onde podem.

“Meus parentes dormem em porões, em estações de metrô, apenas para se manterem vivos”, disse ela antes de pegar o telefone para mostrar um vídeo do céu noturno de Kharkiv marcado por explosões.

Como muitos russos que vivem na Península Ibérica, Gorokhova juntou-se a protestos contra uma guerra pela qual sente apenas raiva e tristeza.

“Sinto muito e fico triste com o que está acontecendo agora, e estou tentando apoiá-la nessa tragédia”, disse Gorokhova, de 33 anos, que trabalha em marketing enquanto estuda.

Mais tarde, lado a lado na praça da Catalunha de Barcelona, ​​elas cantaram ‘Bez Boyu’, uma música ucraniana de Okean Elzi com a letra “Não vou desistir sem lutar”, e se juntaram a milhares de pessoas gritando: “Russos fora da Ucrânia”.

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