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Não feche a embaixada, diz embaixador dos EUA à Rússia

Por Guy Faulconbridge

LONDRES (Reuters) – A Rússia não deve fechar a embaixada dos Estados Unidos apesar da crise desencadeada pela guerra na Ucrânia porque as duas maiores potências nucleares do mundo precisam continuar a conversar, disse o embaixador dos EUA em Moscou nesta segunda-feira.

O presidente Vladimir Putin classifica a invasão da Ucrânia como um ponto de virada na história russa: uma revolta contra a hegemonia dos Estados Unidos, que o chefe do Kremlin diz estar humilhando a Rússia desde a queda da União Soviética em 1991.

A Ucrânia –e seus apoiadores ocidentais– diz que está lutando por sua sobrevivência contra uma apropriação de terras indevida ao estilo imperial que matou milhares, deslocou mais de 10 milhões de pessoas e reduziu partes do país a terrenos baldios.

Em uma clara tentativa de enviar uma mensagem ao Kremlin, John J. Sullivan, o embaixador dos EUA nomeado pelo presidente Donald Trump, disse à agência de notícias estatal russa Tass que Washington e Moscou não deveriam simplesmente romper relações diplomáticas.

“Precisamos preservar a capacidade de falar uns com os outros”, afirmou Sullivan em entrevista à Tass. Ele advertiu contra a remoção das obras de Leo Tolstoy das estantes ocidentais ou a recusa de tocar a música de Pyotr Tchaikovsky.

As declarações foram relatadas pela Tass em russo e traduzidas para o inglês pela Reuters.

Apesar das crises, dos escândalos de espionagem e do temor da Guerra Fria, as relações entre Moscou e Washington não foram rompidas desde que os Estados Unidos estabeleceram laços com a União Soviética em 1933.

Agora, porém, a Rússia diz que seu flerte pós-soviético com o Ocidente acabou e que se voltará para o leste.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, brincou no mês passado que gostaria de dedicar “We Are Never Ever Getting Back Together”, de Taylor Swift, a Putin.

Questionado sobre essa declaração, Sullivan disse: “Nós também nunca nos separaremos completamente”.

Quando perguntado pela Tass se a analogia significava que as embaixadas poderiam ser fechadas, Sullivan disse: “Elas podem, existe essa possibilidade, embora eu ache que seria um grande erro”.

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