X

Dólar reverte perdas e supera R$5,30 em linha com virada externa após dados dos EUA

O dólar reverteu perdas de mais cedo e era negociado acima dos 5,30 reais nesta quarta-feira, acompanhando a mudança de sinal da moeda norte-americana no exterior na esteira de dados mais fortes do que o esperado sobre a economia dos Estados Unidos.

Às 11:57 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,48%, a 5,3023 reais na venda. A moeda foi a 5,3171 reais no pico do dia (+0,76%), depois de mais cedo ter chegado a recuar 0,63%, a 5,2440 reais.

Na B3, às 11:57 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,40%, a 5,3445 reais.

A reversão das perdas do dólar no mercado doméstico acompanhou movimento semelhante do índice da moeda norte-americana contra uma cesta de rivais fortes, que subia 0,30% por volta de 11h50 (de Brasília), abandonando baixa inicial.

O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) informou nesta quarta-feira que o setor de serviços dos Estados Unidos acelerou inesperadamente em julho em meio a um forte crescimento das encomendas, enquanto os gargalos de oferta e as pressões sobre os preços diminuíram, sustentando a visão de que a economia norte-americana não está em recessão.

Relacionadas

“Foi visível a reação então do mercado aos dados do PMI dos EUA”, disse à Reuters Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. “Vieram acima do esperado, ratificando então a própria percepção dos dirigentes do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) de que o juro lá vai subir forte.”

Várias autoridades do Fed têm indicado a necessidade de continuidade de seu intenso ciclo de aperto monetário, mesmo diante de temores de recessão. O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, por exemplo, disse nesta quarta-feira que o banco central será firme em aumentar sua taxa de juros para levar a inflação –nos maiores patamares em quatro décadas– de volta à meta de 2%.

Num geral, quanto mais altos os juros em determinado país, mais atraente fica seu mercado de renda fixa, o que costuma atrair investimentos estrangeiros e beneficiar a moeda local.

No Brasil, o foco está sobre o encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que começou na véspera e se encerra nesta quarta-feira, no fim da tarde. A expectativa em pesquisa da Reuters é de que a taxa Selic seja elevada em 0,5 ponto percentual ao fim do encontro, a 13,75%.