Central America

Diretores do BID recomendam por unanimidade a destituição de Claver-Carone

Por Andrea Shalal e Cassandra Garrison

WASHINGTON (Reuters) – O conselho de administração do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou por unanimidade na quinta-feira recomendação para a remoção do presidente Mauricio Claver-Carone após uma investigação ética independente ter identificado má conduta, disseram três fontes familiarizadas com a votação.

A recomendação remete a decisão final sobre o maior banco de desenvolvimento da América Latina ao seu principal órgão, o conselho de governadores, que votará a questão a partir desta sexta-feira até a terça da próxima semana, disse uma das fontes.

Clever-Carone não respondeu a um pedido de comentário feito pela Reuters.

Um porta-voz do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos se recusou a confirmar a votação, mas disse que o país, o maior acionista do banco com 30% de suas ações com direito a voto, apoiaram a remoção de Claver-Carone do cargo e querem ver uma “resolução rápida” da questão pelos governadores.

“A recusa do presidente Claver-Carone em cooperar totalmente com a investigação e a criação de um clima de medo de retaliação entre funcionários e países mutuários abalou a confiança dos funcionários e acionistas do banco e exige uma mudança de liderança”, disse o porta-voz.

Claver-Carone, em um comunicado em resposta ao Tesouro, disse: “É vergonhoso que os EUA tenham comentado à imprensa antes de me notificar e que não estejam defendendo dois americanos contra o que é informação claramente fabricada”.

Os 14 diretores do banco votaram após quatro longos dias de discussões.

A destituição de Claver-Carone, um indicado do ex-presidente dos EUA Donald Trump, exige a maioria do poder total de votos do conselho de administração. Os três maiores acionistas do banco (Estados Unidos, Argentina e Brasil) detêm juntos quase 53% do poder de voto. Claver-Carone assumiu o cargo em outubro de 2020.

Os governadores devem aprovar a recomendação, disse uma das fontes.

O escritório jurídico Davis Polk disse aos diretores que encontrou evidência que suportam as alegações de um denunciante de que Claver-Carone se envolveu em um relacionamento íntimo com uma subordinada e se envolveu em má conduta que viola as regras do banco.

Autoridades dos EUA ficaram particularmente preocupadas com o “comportamento de Claver-Carone durante a investigação, incluindo sua recusa em disponibilizar seu telefone de trabalho e outros registros emitidos pelo BID”, disse uma outra fonte familiarizada com o assunto.

Eles discordaram de sua “liberação seletiva e enganosa de informações confidenciais destinadas a manchar a investigação e moldar a opinião pública”, disse a fonte. Isso “prejudicou a confiança na confiabilidade e capacidade de Claver-Carone de liderar uma instituição multilateral de desenvolvimento baseada em regras”, acrescentou a fonte.

Claver-Carone também negou “evidências diretas” de que teve um relacionamento não revelado com uma funcionária do BID que se reportava diretamente a ele e a quem ele deu aumentos salariais de mais de 45% em menos de um ano, acrescentou a fonte.

(Por Andrea Shalal)

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