Central America

Haiti tem risco de novas doenças e já conta 18 mortos em surto de cólera, diz Opas

CIDADE DO MÉXICO (Reuters) – A agitação civil está dificultando a contenção de um novo surto de cólera no Haiti e outras doenças ameaçam desencadear novas crises sanitárias, disse nesta quarta-feira a o Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

A nação caribenha confirmou 18 mortes por cólera até 9 de outubro, com centenas de casos potenciais sendo estudados, disse a Opas, depois que as autoridades anunciaram o retorno surpresa da doença no início deste mês.

O Haiti vem sofrendo uma crise humanitária que se agrava em meio a protestos contra o governo do primeiro-ministro interino Ariel Henry. Bloqueios fecharam um terminal de combustível importante desde o mês passado, paralisando grande parte do país.

“A agitação civil em curso e a situação de segurança precária no país dificultam os esforços para conter e controlar o surto”, disse a diretora da Opas, doutora Carissa Etienne. Ela acrescentou que “estas mesmas situações também continuam a impactar outras prioridades”, incluindo saúde materna, malária, HIV, tuberculose e vacinação de rotina.

Apenas 41% das crianças haitianas são vacinadas contra o sarampo e 51% estão totalmente vacinados contra a poliomielite, disse Etienne jornalistas.

“Isso está bem abaixo dos níveis recomendados, deixando o Haiti em altos riscos de novos surtos”, disse Etienne.

A Opas considera o Haiti um dos quatro países das Américas em “risco muito alto” de transmissão da pólio, juntamente com a vizinha República Dominicana, bem como Brasil e Peru.

Trinta e dois casos de cólera foram confirmados até 9 de outubro, com mais de 260 casos suspeitos ainda aguardando confirmação no área ao redor de Porto Príncipe, disse Etienne. Ela disse que quase um quarto desses casos estão entre crianças com idade de um a quatro anos.

O Haiti já havia sofrido um surto de cólera em 2010, quando forças de paz das Nações Unidas despejaram esgoto infectado em um rio, levando as autoridades a se desculparem pela contaminação que matou milhares de pessoas.

(Por Brendan O’Boyle e Aida Palaez-Fernandez)

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