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Com volta de Iger, Disney poderá cortar custo por prejuízo com streaming

(Reuters) – Bob Iger deve mostrar a Wall Street um novo lado de seu personagem de retorno à liderança da Walt Disney por meio de cortes de custos e recuperando a lucratividade em apenas dois anos, depois de gastar dinheiro em aquisições e streaming na última passagem pela empresa.

A gigante do entretenimento chocou os investidores na noite de domingo ao anunciar a saída do presidente-executivo Bob Chapek e nomear Iger, 71, para um contrato de dois anos focado em recuperar o crescimento do grupo.

“A jogada ousada (o retorno de Iger) pode parecer a certa. No entanto, o negócio está em uma fase diferente de crescimento”, disse Paolo Pescatore, analista da PP Foresight, acrescentando que medidas de curto prazo podem incluir restrição de algumas operações.

O alvo mais imediato disso pode ser o Disney+, o serviço de streaming que Iger ajudou a lançar em 2019. As perdas na unidade mais que dobraram no último trimestre relatado, para 1,5 bilhão de dólares.

O negócio se tornou um entrave para os lucros do grupo, já que a Disney gasta massivamente em conteúdo para atrair assinantes, testando a paciência dos investidores e contribuindo para uma queda de 40% em suas ações até agora este ano.

“O Disney+ … provavelmente poderá se sair melhor com menos assinantes compostos por superfãs dispostos a pagar altos preços, o que pode gerar margens muito mais altas”, disseram analistas da MoffettNathanson.

Eles também apontaram a ESPN como outro alvo para profundos cortes de custos, incluindo uma revisão de todos os direitos esportivos futuros à medida que a rede perde assinantes a cabo.

Algumas corretoras também levantaram preocupações sobre se o contrato de dois anos de Iger será suficiente para transformar o negócio e encontrar um sucessor.

“O problema é que Iger não poderá ficar para sempre. Ele já atrapalhou a transição para Tom Staggs em 2016 e agora (Bob) Chapek”, disse a Rosenblatt Securities.

As ações da Disney chegaram a disparar 10% mais cedo no pregão desta segunda-feira, como um sinal de confiança no executivo que comandou a empresa por 15 anos. Às 13h07 (horário de Brasília) os papéis mostravam alta de 6%, a 97,38 dólares.

(Por Eva Mathews e Aditya Soni)

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