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Aliansce Sonae tem queda de 86% no lucro no 4° tri, mas eleva sinergias com brMalls

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) – A operadora de shoppings center Aliansce Sonae teve queda de 86% no lucro líquido do quarto trimestre de 2022 ante igual período do ano anterior, pressionada por despesas da fusão com a rival brMalls, mas elevou em até 50 milhões de reais a projeção de sinergias operacionais com a transação, conforme divulgado pela companhia nesta quinta-feira.

A Aliansce Sonae teve lucro líquido, sem ajuste de aluguel linear, de 19,8 milhões de reais entre outubro e o fim de dezembro, derrocada de 85,9%. O resultado considera a companhia antes da fusão, já que o negócio foi concluído apenas no começo de janeiro deste ano.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado atingiu 242,8 milhões de reais no trimestre, queda de 3,8% ano a ano.

Daniella Guanabara, diretora financeira e de relações com investidores da Aliansce Sonae, disse que despesas não recorrentes referentes à aquisição pesaram sobre o lucro. “São consultores que nos ajudaram, advogados, consultoria de integração”, afirmou ela à Reuters, acrescentando também o impacto negativo do resultado financeiro na última linha do balanço, diante do nível elevado da taxa de juros.

As despesas não recorrentes somaram 115,4 milhões de reais no trimestre, enquanto o resultado financeiro exibiu piora de 16,5% em 12 meses, para 60,6 milhões de reais.

Enquanto a transação com a brMalls pressiona os resultados recentes, a expectativa para os próximos anos melhorou após a conclusão da fusão, à medida que as empresas tiveram acesso a mais documentos internos.

A Aliansce Sonae elevou nesta quinta-feira a projeção de sinergias operacionais com a transação para entre 180 milhões de reais e 210 milhões de reais até 2028, em número que envolve tanto cortes de despesas como ganho de receitas. Antes, a estimativa era de 160 milhões de reais.

Além disso, as sinergias financeiras, que eram esperadas em 50 milhões de reais, já foram capturadas. “As sinergias financeiras nós conseguimos alcançar até mesmo antes da integração das empresas, porque a brMalls conseguiu emitir uma dívida a um custo mais barato e conseguiu pré-pagar umas dívidas de custos mais caros que era a origem dessa sinergia financeira.”

A executiva adiantou que em janeiro e fevereiro de 2023 a companhia combinada teve vendas totais 19% acima do mesmo período do ano passado. “Mesmo com essas notícias que tivemos de varejistas, isso não impactou vendas no começo do ano”, afirmou.

A Aliansce Sonae registrou receita líquida de 292,7 milhões de reais no trimestre, alta ano a ano de 5,4%, com avanço de 8,5% nas vendas totais. A empresa tem a maior parte do seu faturamento por meio de locação dos pontos nos shoppings. Vendas em mesmas lojas subiram 8,4% e aluguel em mesmas lojas cresceu 37,2%.

A taxa de ocupação nos shoppings da companhia aumentou para 97,4%, de 96,5% um ano antes, enquanto o custo de ocupação como percentual da receita subiu de 10% para 10,5%.

A companhia também revelou a conclusão, em fevereiro deste ano, da venda de 10% do Passeio das Águas Shopping, em Goiânia, com “cap-rate” (taxa de capitalização) de 8,5%, considerando a avaliação do ativo em 450 milhões de reais.

BRMALLS TEM PREJUÍZO

A brMalls, que no quarto trimestre ainda divulga resultado separado apesar da fusão já ter sido fechada, teve prejuízo líquido ajustado de 18,4 milhões de reais no quarto trimestre, após lucro de 48,2 milhões um ano antes.

O Ebitda ajustado recorrente subiu 76,8% na mesma base, para 333,9 milhões de reais, enquanto a receita líquida aumentou 23,8%, a 426,1 milhões de reais.

No operacional, vendas em mesmas lojas cresceram 9,7% e o aluguel em mesmas lojas avançou 16,8%.

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