Brasil

Setor de transmissão de energia terá leilão de R$20 bi em 2024, diz ministro

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) – Os megaleilões de transmissão de energia para ampliar a capacidade de escoamento das usinas renováveis no Nordeste preveem investimentos de 56 bilhões de reais, sendo 36 bilhões de reais em lotes já anunciados para este ano e mais 20 bilhões no próximo ano, afirmou nesta sexta-feira o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Em encontro com governadores do Nordeste, Silveira sinalizou que não haverá um terceiro certame de transmissão este ano, como chegou a se cogitar em meio ao forte ritmo de expansão da oferta de energia renovável e aos gargalos para aproveitamento dessa energia nos principais centros de consumo do país.

“Nesse primeiro semestre, serão leiloados 16 bilhões de reais, mais 20 bilhões até o final de 2023, e outros 20 bilhões estão programados para o ano que vem”, disse.

O primeiro leilão de transmissão deste ano, já marcado para 30 de junho, oferecerá ao mercado nove lotes, envolvendo um total de 6,1 mil quilômetros de novas linhas de transmissão e investimentos de 15,8 bilhões de reais.

Uma segunda licitação, prevista para o mês de outubro, deverá ser a maior já realizada no país, com previsão de 19,7 bilhões de reais em investimentos. Serão oferecidos apenas três lotes, com destaque para um linhão em corrente contínua, com quase 16 bilhões de reais em aportes estimados.

Os empreendimentos são vitais para aumentar o escoamento da energia gerada no Nordeste e em Minas Gerais, regiões de maior expansão das fontes eólica e solar.

“Vamos transformar o Nordeste no celeiro de energia limpa e renovável do Brasil”, disse o ministro neste sexta-feira, acrescentando que sua pasta trabalha para viabilizar a instalação de 30 gigawatts (GW) de energia renovável na região, que deverão destravar cerca de 120 bilhões de reais em investimentos privados.

O mercado aguardava ainda uma definição sobre um terceiro leilão neste ano, em dezembro, mas algumas empresas do setor já vinham apontando problemas que poderiam surgir com o desenvolvimento simultâneo de um volume grande de projetos.

Além da pressão na cadeia de suprimentos, os empreendedores poderiam ter dificuldades com a velocidade para obtenção de licenças e financiamento, apontou Rui Chammas, CEO da transmissora ISA Cteep, empresa que conduziu junto com outros agentes um estudo sobre o tema.

(Por Letícia Fucuchima)

tagreuters.com2023binary_LYNXMPEJ440LB-BASEIMAGE

To Top