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Dólar sobe ante real após tombo recente com foco em regra fiscal e teto da dívida dos EUA

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar subia frente ao real nesta terça-feira, o que participantes do mercado disseram refletir movimento de correção após tombo da véspera, enquanto investidores digerem a apresentação do parecer da nova regra fiscal e monitoram as negociações para aumentar o teto da dívida dos Estados Unidos.

Às 10:04 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,49%, a 4,9130 reais na venda.

Na B3, às 10:04 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,33%, a 4,9260 reais.

Paulo Ricardo, especialista em investimentos da Blue3 Investimentos, disse que a leve recuperação da moeda norte-americana reflete correção após, na véspera, o dólar ter recuado pela quinta sessão consecutiva, ao menor nível de fechamento desde junho de 2022, de 4,8741 reais.

É normal, após movimentos expressivos da divisa, haver momentos pontuais de ajuste no sentido oposto, conforme operadores consolidam suas posições.

Para Ricardo, apesar da leve recuperação desta sessão, o dólar está preso numa tendência de queda, em meio a “expectativas muito positivas quanto à economia internacional”, à medida que os Estados Unidos parecem se encaminhar para uma solução para o impasse da dívida.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o principal republicano do Congresso norte-americano, Kevin McCarthy, vão se reunir nesta terça para tentar avançar em um acordo para aumentar o limite de empréstimos do governo de 31,4 trilhões de dólares e evitar um calote catastrófico.

Ricardo citou ainda a ampla expectativa no mercado de que o Federal Reserve encerrará em breve seu ciclo de aperto monetário já na próxima reunião, antes de eventuais cortes de juros. O especialista explicou que uma redução nos custos dos empréstimos norte-americanos tornaria o prêmio de risco da maior economia do mundo menos atraente para o capital estrangeiro.

Limitando a tomada de risco nos mercados globais nesta terça-feira, dados mostraram que o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo da China ficou abaixo das expectativas em abril.

“O conjunto de resultados reforça a perspectiva de que a recuperação econômica do país tem sido heterogênea entre setores e concentrada no consumo privado, sobretudo de serviços”, disse o Bradesco em relatório. “O quadro de um crescimento chinês mais moderado pode conter os preços de commodities, e pode motivar a implementação de estímulos adicionais por parte das autoridades chinesas.”

Na cena doméstica, o relator do novo marco fiscal, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), disse nesta terça-feira que o texto do arcabouço será votado em sessão plenária da Câmara dos Deputados em 24 de maio.

Foram incluídos em seu parecer do arcabouço gatilhos para conter gastos caso o governo não cumpra objetivos estabelecidos para melhorar as contas públicas, o que, segundo Ricardo, da Blue3, foi visto com bons olhos pelo mercado e tende a manter a “tendência de dólar para baixo”.

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