Brasil

Nova política da Petrobras ajuda no combate à inflação, mas sem intervenção na empresa, diz ministro

BRASÍLIA (Reuters) – A nova política de preços da Petrobras vai ajudar o Brasil a combater a inflação e pode sensibilizar Banco Central a reduzir taxa básica de juros, disse nesta terça-feira o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao lado do presidente da petroleira, Jean Paul Prates, para anunciar mudanças na estratégia para combustíveis da estatal.

Mas isso não significa que o governo brasileiro vai intervir na empresa, destacaram Prates e Silveira, horas depois de a companhia confirmar em fato relevante mudança na sua política de composição de preços internos de combustíveis, a qual não mais levará em consideração o preço de paridade de importação, ainda que sem ignorar o mercado internacional de petróleo.

“A nova política, além de servir a uma política comercial adequada…, vai tornar preços mais atrativos para consumidores, vai diminuir impacto na inflação e vai ajudar o Brasil inclusive neste momento a sensibilizar o Banco Central, para que possa diminuir a taxa de juros, e possa tornar o Brasil mais atrativo para investimentos internos, consequentemente com geração de emprego e renda…”, disse Silveira.

Durante os comentários feitos a jornalistas, o presidente da Petrobras ainda anunciou redução de preços de gasolina, diesel e gás de cozinha.

Questionado se a mudança na estratégia de preços não significaria ingerência do governo na empresa, o presidente da Petrobras discordou.

“Não há intervenção absolutamente nenhuma, o presidente Lula disse na campanha que não faz sentido lutar pela autossuficiência (de petróleo) e depois a gente praticar o preço do importado, como se a gente importasse tudo”, disse.

Ele acrescentou que há sim “comunhão de interesses e propósitos”, embora sem haver intromissão do governo na empresa. O objetivo, segundo ele, é “aproveitar o ativos brasileiros em favor dos brasileiros.”

Segundo Prates, além de não haver intervenção, “os instrumentos de rentabilidade e de garantia de financiabilidade da empresa estão garantidos.

O ministro concordou que há “convergência de interesses”, e os investidores sabem que o governo é o controlador, “mas isso não quer dizer interventor”.

Silveira opinou que em governos anteriores havia uma “política criminosa contra brasileiros e brasileiras”, que amarrava a empresa e a preparava apenas para ser privatizada.

“Acho que a Petrobras vai se tornar mais atrativa para investidores sérios e de longo prazo, não vai ser uma empresa preparada para ser vendida…”

Já Prates disse que a Petrobras recupera “sua liberdade de fazer seu preço”. “Isso não é contra o investidores, é o contrário. O que era contra o investidor era ser obrigado a praticar o pior preço, com isso perdia fatia de mercado…”, disse.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu. Texto de Roberto Samora)

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